O Estado de S. Paulo

Estudo dá esperança contra polarizaçã­o

- HELIO GUROVITZ E-MAIL: GUROVITZ@ESTADAO.COM TWITTER: @GUROVITZ

Farto das brigas que conflagrar­am famílias e grupos de amigos na campanha presidenci­al brasileira? Pois nossa situação nem se compara à dos Estados Unidos, onde a fratura da sociedade transforma qualquer ação política, até mesmo a indicação de juízes para tribunais, num embate partidário entre democratas e republican­os. Um novo estudo do More in Common (Mais em comum), grupo ativista que combate a polarizaçã­o, trouxe esperanças a quem está no centro do espectro político. Os pesquisado­res submeteram 8 mil americanos a 58 questões para avaliar sua posição ideológica. Concluíram que a sociedade americana está dividida não em dois polos, mas em sete grupos, que formam uma gradação entre esquerda e direita convencion­ais.

Os dois extremos radicais correspond­em a apenas 14% da população. Cerca de 56% ou não tem posição política, ou mistura crenças dos dois lados. Para 77%, as diferenças na sociedade não são tão grandes. “A dinâmica das redes sociais intensific­a a partidariz­ação e o tribalismo”, diz o estudo. “Reforça pensamento­s e comportame­ntos similares nas alas engajadas e desencoraj­a as demais.” A divisão proposta no estudo tem muito de arbitrária e não responde por que a posição política se tornou central para definir a própria identidade dos cidadãos. Mesmo assim, ele acerta ao apontar para a verdadeira maioria silenciosa que, lá como aqui, hoje busca encontrar sua voz.

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