CEVADA, LÚPULO, MALTE E BLOCKCHAIN
Já pensou se você pudesse saber se a sua cerveja está choca ou passou do ponto dentro da latinha, antes mesmo de abri-la? Com ajuda do blockchain – a tecnologia por trás do funcionamento do Bitcoin –, isso já é possível. Nesta semana, no evento da Oracle, a cervejaria californiana Alpha Acid apresentou quatro rótulos de cerveja cujas etapas de produção foram acompanhadas pela tecnologia.
Pode parecer esquisito, mas é simples: cada transação feita com blockchain – seja uma transferência financeira ou a apresentação de um documento – é validada por uma rede global de milhões de dispositivos. Para alterar um dado inserido anteriormente nesse sistema, seria preciso modificá-lo em cada um dos milhões de dispositivos, o que torna o processo impossível.
No caso da cerveja, os documentos inseridos em blockchain trazem dados sobre os ingredientes e o processo de fabricação. Tudo pode ser armazenado em um código QR ou de barras, presente no rótulo da cerveja. Ao consumidor, caberá só ler o código com o celular, que será redirecionado para um site, no qual constarão todas as informações sobre a bebida.
“Além da confiança, colocar a cadeia da cerveja no blockchain também dá visibilidade para os fornecedores”, diz Stephen Chin, diretor da rede de desen- volvedores da Oracle, que comandou os bastidores da iniciativa. “Pusemos sensores nos cami- nhões das empresas e nos tanques da cervejaria, em um caso de internet das coisas.”
Segundo o executivo, há outras vantagens no processo: ele reduz a papelada e ajuda a cervejaria a encontrar falhas na produção. “Fizemos uma prova de con- ceito, mas é algo que vale para qualquer processo industrial com muitos fornecedores”, diz. E o gosto da cerveja, muda com o blockchain? “Não. Mas eles fi- zeram um grande trabalho com bons ingredientes.”