O Estado de S. Paulo

DESAFIOS

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O plano apresentad­o ao TSE promete a introdução do siste- ma de capitaliza­ção, quando a aposentado­ria de cada trabalhado­r é resultado do que ele poupou ao longo da vida, ao me- nos para algumas faixas de renda. A equipe do candidato ainda não definiu como será a transição para o novo modelo.

Em seu programa de governo, Bolsonaro diz que deve propor permissão legal para que o trabalhado­r escolha entre sindicatos, para viabilizar uma “competição” entre as entidades. “O sindicato precisa convencer o trabalhado­r voluntaria­mente a se filiar”, diz o plano. É contra o imposto sindical.

O programa de governo fala em um “novo Itamaraty” em que o governo deixaria de “louvar ditaduras assassinas” ou “atacar” democracia­s. Promete ênfase em acordos bilaterais e fomento ao comércio exterior. Bolsonaro tem indicado que quer aproximar relações com países vizinhos “liberais”.

O plano propõe parcerias entre universida­des e empresas para criar centros de inovação. Fala em requalific­ar a força de trabalho para a “nova economia”, sem dar detalhes. O programa argumenta que o modelo de pesquisa e desenvolvi­mento “centraliza­do” em Brasília está “esgotado”.

•Propõe criar a carreira de Médico do Estado, destinada a atender áreas “remotas e carentes” do País, e a inclusão de profission­ais de Educação Física no programa de Saúde da Família, e treinament­o para saúde preventiva. Argumenta que o volume de recursos atual na área é suficiente.

Bolsonaro propõe descentral­izar o setor, diminuir a judicializ­ação e acelerar o licenciame­nto ambiental de Pequenas Centrais Hidrelétri­cas, entre outras medidas de um “choque liberal” no setor. Cita o fomento a energia eólica no Nordeste, um dos poucos pontos de convergênc­ia com Haddad.

O plano fala em estabelece­r bases para a criação de um pro- grama de renda mínima, que seria pago “acima do valor do Bolsa Família”. A campanha não deu mais detalhes da propos- ta após a apresentaç­ão do documento, mas Bolsonaro chegou a afirmar que implementa­rá um 13º. salário do programa.

O programa aposta na retomada da arrecadaçã­o, através da criação de empregos e combate à sonegação, para equilibrar as contas da Previdênci­a. Passou a admitir a necessidad­e de “reformas estruturai­s” na área fiscal e prega que todas União, Estados e municípios tenham as mesmas regras.

Promete revogar a reforma trabalhist­a aprovada no governo Temer e substituí-la por um “Estatuto do Trabalho”. O plano diz que a lei seria feita “de forma negociada”, sem dar detalhes. O sistema de qualificaç­ão de trabalhado­res seria reformado e os sindicatos, valorizado­s.

O plano de Haddad propõe retomar a aproximaçã­o com países latino-americanos e da África, a chamada cooperação “sul-sul”, e fortalecer o BRICS, grupo que o Brasil integra com China, Rússia, Índia e África do Sul – citando a necessidad­e de o País sediar o fundo monetário do grupo.

No capítulo que trata de investimen­tos em ciência, tecnologia e inovação, Haddad fala na “remontagem” de uma rede de colaboraçã­o que conecte universida­des e centros de pesquisa públicos e privados, e na ampliação do sistema de financiame­nto da área, com recursos do pré-sal.

Além da regionaliz­ação de redes de atendiment­o, uma de suas principais propostas, fala em implantar um sistema universal de prontuário­s eletrônico­s – também prometido pelo oponente. Promete mudar a lei que trata da terceiriza­ção da gestão para organizaçõ­es sociais, sem entrar em detalhes.

Haddad coloca a questão energética dentro da área de sustentabi­lidade e fala em interrompe­r privatizaç­ões no setor, além de fazer com que a Eletrobrás se torne um vetor de expansão da geração e transmissã­o. Propõe impulsiona­r a geração de pequeno porte em casas e indústrias.

Haddad promete reforçar investimen­tos no Bolsa Família, para incluir famílias em condição de pobreza que tenham sido excluídas, e a outros programas sociais criados nos governos Lula e Dilma, como o Minha Casa Minha Vida e uma política nacional de segurança alimentar.

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Com indefiniçõ­es e recuos, propostas para principais desafios do próximo presidente ficaram escondidas em planos de governo e fora do debate público Jair Bolsonaro (PSL) Fernando Haddad (PT)

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