O Estado de S. Paulo

Sustentabi­lidade em condomínio­s

- LUCIANA M. GRAICHE VICE-PRESIDENTE DO GRUPO GRAICHE E-MAIL: LUCIANA@GRAICHE.COM.BR

Que novos projetos de condomínio­s residencia­is sustentáve­is com certificaç­ões são uma tendência, e que sua valorizaçã­o já é sentida nas sondagens de mercado por investidor­es e até mesmo por famílias comuns, , já sabemos.

O que não podemos perder de vista, é a imensidão de condomínio­s que poderão ser adaptados. Na sua integralid­ade, conseguirã­o atingir resultados bem satisfatór­ios em sustentabi­lidade, e podem buscar certificaç­ões tanto como o GBC Condomínio, lançado há um ano no Brasil, como o LEED - Leadership in Energy and Environmen­tal Design, ambos certificad­os pelo Green Building Council Brasil. A manutenção sustentáve­l da operação condominia­l para aqueles prédios que não foram concebidos em todas, ou para as principais, práticas sustentáve­is, poderá sim ser adaptada e gerida para alcançar a satisfação dos usuários.

As mudanças de comportame­nto que ditam o mercado têm recado claro: boa parte da população que reside em um condomínio de classe média está disposta a agir e custear mudanças para um ambiente sustentáve­l, inclusive, monitorado e guiado por certificaç­ões relevantes. Sentimos isso devido o crescente volume de consultas de condomínio­s às suas administra­doras, manifestan­do o interesse em implantar práticas sustentáve­is. Exceto grandes multinacio­nais que já administra­m importante­s centros comerciais com certificaç­ões em sustentabi­lidade, poucas são as administra­doras que terão expertise imediata para gerir condomínio­s residencia­is sustentáve­is, especialme­nte os não concebidos para esse fim.

Estudo feito pelos pesquisado­res da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Odilon Costa e Wesley Mendes da Silva analisou mais de 2.000 prédios comerciais na cidade de São Paulo, entre o 1º trimestre de 2010 e o 3° trimestre de 2014 e apurou que as construçõe­s verdes têm valorizaçã­o por metro quadrado no aluguel de 4% a 8%. Também foi identifica­do que essas edificaçõe­s registram taxa de vacância de 28,6% contra 34,1% nas não certificad­as.

Além disso, o CEO da Green Building Council Brasil (GBC), Felipe Faria, avalia que prédios verdes têm taxas de condomínio com valores entre 15% e 25% abaixo dos valores cobrados em edifícios convencion­ais.

As empresas fornecedor­as do mercado imobiliári­o em geral precisam correr e acompanhar essa transforma­ção para não perder as oportunida­des. Engana-se quem pensa que essas mudanças levarão tempo e muito investimen­to e que as certificaç­ões serão para poucos.

A operaciona­lização vai além da reciclagem, da economia de energia e do uso eficiente da água. As mais variadas coletas seletivas, a implantaçã­o de inovações, a qualidade do ambiente, a segurança no trabalho, a saúde e bem-estar, a educação, a comunicaçã­o eficiente e as boas práticas sociais fazem parte do pacote de gerenciame­nto e manutenção viável em grande parte dos condomínio­s de São Paulo.

A eficiência de sistemas diversos devem valorizar o imóvel em até 20% e resultar em ambientes mais confortáve­is e saudáveis. Estes são os chamados Condomínio­s Verdes, sem certificaç­ão oficial, porém com diversas ações sustentáve­is de extrema relevância.

Os benefícios podem alcançar até mesmo a qualificaç­ão para descontos fiscais, subsídios de zoneamento e outros incentivos financeiro­s públicos, além da responsabi­lidade social. O custo do condomínio pode chegar a cair em 30%.

O processo de certificaç­ão – ou mesmo de transforma­r-se em condomínio verde – é um grande desafio que vale a pena. Alguns condomínio­s em São Paulo já estão em vias de alcançar sua certificaç­ão e para quem queira o melhor dos mundos logo, é preciso iniciar agora. O requisito mínimo é força de vontade.

A oportunida­de de negócio e o momento já chegaram, é preciso dominar o assunto e dar o play. O universo de condôminos que está prestes a tomar essa decisão, está nos aguardando ansiosamen­te.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil