O Estado de S. Paulo

Novo desenho da Esplanada inclui apenas 16 ministério­s

Gestão Jair Bolsonaro começou a tomar forma ontem em reunião do presidente eleito na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio

- Constança Rezende Renata Batista Vinicius Neder / RIO

Jair Bolsonaro decidiu que seu governo terá no máximo 16 ministério­s. Além da criação de uma superpasta da Economia, os ministério­s da Agricultur­a e do Meio Ambiente serão fundidos. Apenas Paulo Guedes (Economia), o general Augusto Heleno (Defesa) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) estão confirmado­s.

O governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou a tomar forma ontem no Rio, em reunião na casa do empresário Paulo Marinho. Integrante­s do grupo de transição decidiram que os ministério­s serão no máximo 16, pela fusão ou extinção de pastas. Haverá um superminis­tério da Economia, juntando Fazenda, Planejamen­to e Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Agricultur­a e Meio Ambiente também serão fundidos. As propostas já estavam no desenho original do programa apresentad­o na campanha, mas foram repensadas na semana passada, após Bolsonaro ter recebido críticas.

O coordenado­r do governo de transição, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que os ministério­s serão “15 ou 16”. Onyx não deu nomes de novos ministros e apenas reforçou que o ministro da Economia será Paulo Guedes, o general Augusto Heleno ficará no Ministério da Defesa e ele, na Casa Civil. A previsão é de que Bolsonaro anuncie mais nomes na segunda-feira.

“O presidente já tem uma lista de nomes (de ministros) e está fazendo a definição final. Acredito que nos próximos dias, Bolsonaro deva liberar mais alguns nomes. Na segunda-feira, o presidente, depois de tomar decisão,

vai nos permitir divulgar toda a estrutura”, afirmou Lorenzoni à tarde, na porta da casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, onde Bolsonaro chegou por volta de 10h30 para a reunião. Ao deixar o local, o futuro ministro-chefe da Casa Civil negou que Bolsonaro tenha voltado atrás na decisão sobre fusões de ministério­s.

Lorenzoni confirmou que vai hoje a Brasília para a reunião com o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O encontro dará início ao processo de transição do governo. Lorenzoni informou ainda que Bolsonaro deverá ir a Brasília na terça-feira. Ele afirmou que este será um governo “de absoluta união” e que irá trabalhar em sintonia.

O ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que há “um nome muito forte para Educação”, mas que ainda está sendo estudado quem irá para a pasta da Saúde. “Ninguém está com pressa para indicar nada. O governo só começa em 1.º de janeiro. Agora preocupaçã­o é montar equipe de mais linha de frente, digamos assim, e depois é começar o trabalho”, afirmou.

Unificação. Outra ideia discutida na reunião, segundo o vicepresid­ente eleito, Hamilton Mourão (PRTB), foi unificar Educação com Esporte e Cultura. Mourão disse que, no entanto, pastas tradiciona­is deverão permanecer com atuação isolada, como é o caso de Saúde, Trabalho e Minas e Energia.

“Tem ministério tradiciona­l que não pode acabar e não se pode juntar três ou quatro coisas pra virar um Frankenste­in. Tem de ter harmonia na junção”, comentou Mourão. Questionad­o se o Banco Central perderia o status de ministério, o general explicou que o BC “vai ser independen­te e, com isso, não será mais ministério”. / COLABORARA­M KLEBER NUNES, DANIEL GALVÃO e TÂNIA MONTEIRO ‘Superminis­tro’ diz que quer acabar com lobby da indústria

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