Emprego cresce, mas na informalidade
Taxa estava em 12,4% no 2º trimestre; a maior parte das vagas geradas é informal e ainda há 12,5 milhões de desempregados, informa o IBGE
O mercado de trabalho mostrou melhora no terceiro trimestre, mas a geração de vagas permanece concentrada na informalidade, segundo o IBGE. A taxa de desemprego recuou de 12,4% no segundo trimestre para 11,9% no terceiro, graças à geração de 1,384 milhão de vagas, embora apenas 138 mil delas com carteira assinada no setor privado. O porcentual de trabalhadores que contribuem para a Previdência Social caiu.
O mercado de trabalho mostrou melhora no terceiro trimestre, mas a geração de vagas permanece concentrada na informalidade, com prejuízos à arrecadação da Previdência Social. A taxa de desemprego recuou de 12,4% no segundo trimestre para 11,9% no terceiro trimestre, graças à geração de 1,384 milhão de vagas, embora apenas 138 mil delas com carteira assinada no setor privado, informou ontem o IBGE.
“Temos motivos para comemorar, esse 1,4 milhão (de vagas), mas temos motivos para ficar preocupados, porque a qualidade do emprego continua em queda”, observou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Ainda restam 12,5 milhões de pessoas em situação de desocupação no território brasileiro. E essa geração de vagas tem parte expressiva voltada para ocupações caracterizadas pela informalidade”, completou.
No trimestre encerrado em setembro, foram criadas 522 mil vagas sem carteira assinada no setor privado e 432 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria, sendo 299 mil delas sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
“O cenário é de uma recuperação lenta e gradual do emprego, muito aquém do que a gente gostaria, totalmente contaminada pela atividade econômica mais devagar do que a gente imaginava”, resumiu o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
No fim do ano que vem o brasileiro ainda estará convivendo com taxas de desemprego elevadas, previu o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale: “Em dezembro de 2019 estaremos falando em taxa de desemprego de dois dígitos, mesmo que haja um crescimento forte da economia.”
No trimestre encerrado em setembro, faltava trabalho para 27,321 milhões de pessoas. O total de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas alcançou o recorde de 6,859 milhões de indivíduos.