PREPARATIVOS NA GRANJA PARA A TRANSIÇÃO
Residência de campo oficial está à disposição, mas Bolsonaro ainda não disse se vai usá-la
APresidência da República começou a preparar a Granja do Torto para receber o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), durante o período de transição. Desde anteontem, o local tem recebido trabalho de limpeza e reparos. Ontem, funcionários plantavam mudas de sálvia azul na entrada.
No domingo, no discurso em que cumprimentou Bolsonaro pela vitória nas urnas, o presidente Michel Temer deixou a residência oficial de campo da Presidência à disposição nos próximos dois meses, mesmo antes da posse. A casa, a cerca de 10 quilômetros da Praça dos Três Poderes, serviria para reuniões mais reservadas fora da sede da equipe de transição, que ficará no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O Estado apurou que Bolsonaro deve aceitar.
As equipes de manutenção predial correm para reparar pontos de infiltração e trocar aparelhos como ar-condicionado. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) realiza uma análise de risco para verificar pontos vulneráveis que precisam de reforço na segurança.
Diferentemente de outros presidentes, Temer não usou a Granja do Torto com frequência. Com raras visitas, o local virou uma espécie de depósito de objetos da Presidência.
Em 2002, a residência foi utilizada por Luiz Inácio Lula da Silva na transição. O convite, na época, foi feito pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Quando assumiu o Planalto, Lula passou promover no local festas juninas, ao gosto da ex-primeiradama Maria Letícia.
Quando ocupou a Presidência, de 1979 a 1985, o general João Baptista Figueiredo residiu na Granja, onde criava cavalos. Figueiredo chegou a levar o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan a um churrasco no local, onde os dois fizeram uma cavalgada, em 1982.
Em 2014, houve polêmica quando o então presidente de Cuba, Raúl Castro, se hospedou na Granja, a convite de Dilma Rousseff.