O Estado de S. Paulo

Resultado eleitoral refletiu pesquisas feitas pelo Ibope

Houve acerto de quem foi para o 2º turno em 25 das 27 unidades da Federação; na presidenci­al, diferença ficou dentro da margem de erro

- Luiz Fernando Toledo Renato Vasconcelo­s ESPECIAL PARA O ESTADO

As pesquisas eleitorais produzidas pelo Ibope ao longo dos dois turnos apresentar­am resultado semelhante aos obtidos nas urnas em praticamen­te todos os Estados brasileiro­s, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Na eleição presidenci­al, o resultado também ficou dentro da margem de erro, tanto em primeiro quanto segundo turno, com diferença de um ponto porcentual.

As pesquisas Ibope divulgadas pelo Estado mostraram que Jair Bolsonaro (PSL) esteve à frente desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato e preso em Curitiba, deixou de participar dos levantamen­tos. Quando Fernando Haddad ocupou o lugar do petista, as pesquisas também apontaram que ele começou a crescer semana a semana, até chegar próximo de Bolsonaro. Aliados do agora presidente eleito criticaram as pesquisas eleitorais e chegaram a apontar suposta fraude nas urnas eletrônica­s.

Na boca de urna do primeiro turno, o Ibope apontou que Bolsonaro teria 45% e Haddad, 28%, com margem de erro de dois pontos. O resultado acabou sendo 46,03% e 29,28%, respectiva­mente – diferença de um ponto porcentual, dentro da margem.

Já no dia 28, data do segundo turno, a boca de urna apontou que Bolsonaro venceria com 54% dos votos válidos, ante 46% de Haddad. O candidato do PSL terminou com 55,13% e o petista, com 44,87% – também dentro da margem de erro prevista. Governador­es. O Estado comparou as pesquisas mais próximas das eleições em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Quando os levantamen­tos foram feitos no dia da eleição, ou seja, a chamada “boca de urna”, a precisão do resultado em comparação com o das urnas acaba sendo maior, mas levantamen­tos na véspera também costumam ter resultado próximo.

As pesquisas eleitorais não são uma previsão do resultado, mas um retrato do momento em que são feitas – oscilações entre um dia e outro são naturais, portanto.

Em São Paulo, o Ibope apontou que João Doria (PSDB) iria para o segundo turno com um adversário indefinido – Márcio França (PSB) e Paulo Skaf (MDB) apareciam com 21%. O resultado se confirmou – Doria teve 31,7% e França, 21,53%, deixando Skaf para trás, com 21,09%. No segundo turno, a boca de urna apresentou resultado praticamen­te idêntico ao das urnas – 52% para Doria e 48% para França. O resultado final acabou sendo 51,75% e 48,25%, respectiva­mente. É importante ressaltar que o Ibope arredonda resultados decimais.

No primeiro turno, as pesquisas apontaram corretamen­te quem iria para o segundo turno em 24 Estados e no Distrito Federal. As exceções ficaram para Rondônia e Santa Catarina – nesses Estados, não houve boca de urna e o último levantamen­to foi feito em 5 de outubro, dois dias antes do pleito. Não foi possível, portanto, captar os movimentos de última hora que acabaram benefician­do candidatos aliados de Bolsonaro.

Em Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL) foi para o segundo turno – ele tinha apenas 8% das intenções de voto na última pesquisa, feita no dia 5 de outubro, e aparecia em quarto lugar. Já em Santa Catarina, Comandante Moisés (PSL), que também estava em quarto lugar na pesquisa em 5 de outubro, foi para o segundo turno – ele e Rocha acabaram vencendo a eleição. “Houve uma onda de conservado­rismo de última hora que foi observada, em apoio a Bolsonaro, por exemplo, no Rio”, disse a diretora executiva do Ibope, Marcia Cavallari. “Como não teve a boca de urna nesses dois Estados, não se pegou essa movimentaç­ão nas pesquisas. O eleitor decide o voto cada vez mais tarde.”

No segundo turno, todos os candidatos colocados à frente, seja na boca de urna ou em pesquisas feitas antes do dia da eleição, venceram, se considerad­a a margem de erro. Houve um caso em que um adversário passou à frente de outro dentro dessa margem de erro. No Amapá, Capi (PSB) aparecia numericame­nte

“Houve uma onda de conservado­rismo de última hora que foi observada, em apoio a Bolsonaro, por exemplo, no Rio.”

“Como não teve a boca de urna nesses dois Estados (Rondônia e Santa Catarina), não se pegou essa movimentaç­ão nas pesquisas. O eleitor decide o voto cada vez mais tarde.” Marcia Cavallari

DIRETORA EXECUTIVA DO IBOPE

à frente de Waldez (PDT) na última pesquisa, do dia 26 de outubro, por 53% a 47%. Nas urnas, o resultado foi o contrário – 52,35% para Waldez e 47,65% para Capi. Como a margem de erro era de três pontos porcentuai­s, para mais ou para menos, a pesquisa havia apontado empate técnico entre eles.

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