O Estado de S. Paulo

Atrás das grandes viradas do passado

Palmeiras se inspira nos exemplos dos torneios de 1999 e 2000, quando também era treinado por Felipão, para derrubar o Boca Juniors e ir à final

- VOLTA DA SEMIFINAL DA COPA LIBERTADOR­ES Ciro Campos

Para voltar à final da Copa Libertador­es depois de 18 anos e decidir com o River Plate, que ontem eliminou o Grêmio, o Palmeiras terá de buscar inspiração nas últimas vezes em que esteve na decisão. Hoje, às 21h45, contra o Boca Juniors, a equipe tentará repetir os feitos de 1999 e 2000, quando conseguiu viradas épicas na semifinal, a exemplo do que precisa hoje, no Allianz Parque – jogo da volta.

Depois de perder por 2 a 0 em Buenos Aires, no primeiro confronto, semana passada, será preciso devolver o resultado para levar a disputa aos pênaltis ou ganhar por três ou mais gols de diferença para garantir a vaga no tempo normal. Ao menos no comando do Palmeiras há quem tenha experiênci­a para virar marcadores adversos em semifinais: Luiz Felipe Scolari.

O comandante estava à frente do time tanto em 1999 como em 2000. Na primeira ocasião, a equipe perdeu para o River por 1 a 0 na Argentina e depois foi à decisão ao bater o rival por 3 a 0 em São Paulo, com dois gols de Alex e um de Roque Jr.

No ano seguinte a virada teve contornos ainda mais dramáticos. O oponente era o Corinthian­s, para quem havia perdido por 4 a 3 na ida. O Palmeiras conseguiu, porém, ganhar por 3 a 2 na volta e obteve nova vitória nos pênaltis, por 5 a 4. A partida é uma das mais marcantes da história do clube, especialme­nte pela defesa do goleiro Marcos na cobrança de Marcelinho.

Felipão retornou ao Palmeiras em agosto para arrumar a casa e vivenciar momentos decisivos, como o de agora. A expectativ­a do jogo não o fez mudar o jeitão. O experiente treinador pregou tranquilid­ade para os seus jogadores e conseguiu fazer o elenco não se abalar após a derrota da última quarta-feira.

Três dias depois, o Palmeiras enfrentou o Flamengo no Maracanã lotado, pelo Campeonato Brasileiro, e empatou por 1 a 1.

“Se tomamos dois gols, se não criamos, se não fizemos o que normalment­e fazemos, vamos tentar fazer no segundo jogo”, comentou o técnico após a derrota em Buenos Aires.

O Palmeiras não tem problemas para escolher os titulares. Não há desfalques por suspensão e o treinador deve fazer alterações apenas para se adequar à estratégia de jogo. A principal dúvida é na montagem do setor ofensivo. O meia Lucas Lima deve ser uma das novidades, por estar mais descansado. Outra

aposta provável é em Deyverson. O atacante deve entrar em campo e ganhar a confiança do técnico pelo potencial no jogo aéreo e para conter os zagueiros na briga por espaço.

Dono de 22 títulos em matamatas e duas conquistas de Libertador­es, Felipão leva para o Allianz a experiênci­a da sua carreira e a vivência no próprio Palmeiras para fazer da noite de hoje uma jornada histórica.

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RICARDO MOREIRA/FOTOARENA Confiança. Jogadores do Palmeiras sabem que a missão é difícil, mas acreditam ser bastante possível superar o Boca
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