O Estado de S. Paulo

Exposição marca os 30 anos do 1º título de Senna

Homenagem feita no instituto que tem o nome do piloto teve a presença de muitos fãs e relato emocionado de amigos

- Rafael Franco

Os 30 anos do primeiro título de Ayrton Senna na Fórmula 1, conquistad­o com uma vitória no GP do Japão de 1988, foram comemorado­s em grande estilo ontem na sede do instituto que leva o nome do piloto, em São Paulo. Com a presença de membros de fãs-clubes do ídolo, o local abrigou exposição de itens raros que foram usados ou faturados pelo tricampeão do mundo por causa daquela façanha obtida no circuito de Suzuka.

O clássico capacete amarelo que Senna utilizou na campanha do título, o troféu que ergueu após ganhar aquela corrida realizada há três décadas e a honraria que recebeu da Federação Internacio­nal de Automobili­smo (FIA) por ter se sagrado campeão da temporada estiveram expostos exclusivam­ente para celebrar o marco deste feito de Ayrton, morto de forma trágica em acidente no GP de San Marino de 1994.

Até mesmo presentes que o herói nacional ganhou dos fãs japoneses, como um carro de F-1 entalhado em madeira e um capacete de samurai, foram expostos pelo Instituto Ayrton Senna. A entidade também trouxe aos visitantes a experiênci­a de poder tirar uma foto ao lado do carro da McLaren que Senna ganhou de presente de Ron Dennis ao vencer uma aposta que fez com o seu então chefe na equipe inglesa na temporada de 1990, ano em que ganhou o segundo dos seus três títulos.

Naquela ocasião, Dennis duvidou que Senna poderia triunfar na etapa de Monza, casa da Ferrari, na Itália, mas o brasileiro ganhou a prova e o diretor da McLaren teve de presenteá-lo com o belo monoposto branco e vermelho número 27. Os fãs que foram fotografad­os ao lado da máquina também puderam levar para a casa o registro da imagem como recordação.

Torcida, por sinal, foi o que não faltou no evento de ontem. Os presentes encheram uma das salas do instituto para acompanhar a reprise do GP do Japão de 1988, exibida pelo canal SporTV para celebrar a data, e muitos deles vibraram com a vitória de Senna como se estivessem acompanhan­do ao vivo a bandeirada final. Cornetas e uma salva de palmas também foram ouvidas ao término da prova, sendo que os visitantes logo depois acabaram sendo surpreendi­dos com a entrada na sala de Bianca Senna, sobrinha de Ayrton, estourando uma das garrafas de champanhe servidas a todos os presentes.

Hoje diretora de branding do Instituto Ayrton Senna, ela repetiu o gesto que o seu tio eternizou na memória dos fãs brasileiro­s ao comemorar desta forma as suas 41 vitórias na F-1. Uma taça contendo o traçado dos circuitos de todas estas provas vencidas pelo piloto também foi exposta.

Com os olhos marejados, Altamiro Mauro de Oliveira Dias, que era chamado por Senna de “Pelezão”, lembrou com saudade dos tempos em que trabalhou como preparador de chassis dos karts do piloto, o que começou a fazer já na década de 1970 e continuou quando o ídolo ia à pista só para se divertir, quando já estava na F-1.

“Eu o conheci nos anos 70, no bairro da Mooca, e as lágrimas são porque eu me acostumei a estar com ele, por causa da música (o Tema da Vitória), que ninguém esquece. E as lágrimas caíram de saudade e pela emoção de ter convivido com uma pessoa como ele, que representa muito para nós todos”, disse Pelezão, de 60 anos, ao Estado.

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ALEX SILVA/ESTADAO Imortal. Senna teve momentos inesquecív­eis nas pistas

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