O Estado de S. Paulo

Recordes no mercado de petróleo

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Os especialis­tas da Organizaçã­o para Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OCDE) registram dois fatos notáveis no mercado de petróleo: a produção cresce e atinge a marca histórica de 100 milhões de barris/dia (b/d) e não há sinais de interrupçã­o do cresciment­o da oferta. Não era o previsto há 15 anos, quando se imaginava que a produção de países não integrante­s da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (Opep) começaria a cair em fins desta década.

É o que mostra o Relatório do Mercado de Petróleo da Agência Internacio­nal de Energia (IEA, na sigla em inglês), patrocinad­a pela OCDE. Houve, de fato, uma ligeira redução das estimativa­s para a oferta e a demanda da ordem de 110 mil b/d em 2018 e 2019, influencia­da por perspectiv­as econômicas piores, protecioni­smo, preços elevados do óleo bruto e revisão dos dados de demanda da China. Mas nada que possa pôr em risco o vigor do mercado.

A tendência de cresciment­o da produção é firme, apoiada não só pela exploração do shale gas norte-americano, mas pela presença crescente de novos produtores, como Brasil e Canadá. Por enquanto, a oferta está prejudicad­a em países como Irã, Iraque, Líbia, Nigéria e Venezuela, mas é provável que, em algum momento, esses países voltem a produzir mais.

Com um nível de produção de 100 milhões de b/d, os preços se estabiliza­m em níveis superiores a US$ 80 o barril. Para muitos países emergentes, os altos preços do óleo coincidem com a depreciaçã­o de suas moedas em relação ao dólar, o que traz problemas. A Arábia Saudita tem sido uma das grandes responsáve­is pelos níveis elevados da oferta de petróleo. Compensam-se, assim, as quedas de produção da ordem de 575 mil b/d no Irã, México e Venezuela. Em resumo, a oferta é adequada e há um razoável equilíbrio no mercado.

O Brasil se torna participan­te mais importante no mercado. A extração caiu levemente em agosto devido à manutenção de plataforma­s como Cidade de Angra dos Reis e Cidade de Maricá, com queda da produção do Campo Lula. Mas as perspectiv­as são de aumento da produção de Búzios e Tartaruga Verde neste semestre.

O País, enfatizou a IEA, realizou um bem-sucedido leilão de áreas do présal, com bônus de assinatura de US$ 1,7 bilhão e a presença de empresas líderes como Exxon Mobil, Shell e BP, além da Petrobrás.

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