O Estado de S. Paulo

Bolsa chega ao maior nível em 7 meses com planos de Bolsonaro

Bovespa encerra sessão em alta de 3,69% aos 86.885 pontos, maior índice desde 12 de março; dólar cai 0,26%

- PAULA DIAS ALTAMIRO SILVA JUNIOR e BARBARA NASCIMENTO

Embalados por perspectiv­as positivas com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), o Ibovespa encerrou ontem em alta, revertendo a queda do dia anterior, e o dólar à vista voltou a cair. As declaraçõe­s do economista Paulo Guedes, apontado como superminis­tro da Economia de Bolsonaro, deram ânimo ao mercado. Guedes defendeu a aprovação da reforma da Previdênci­a ainda este ano e a independên­cia do Banco Central.

O cenário externo mais favorável também ajudou reanimou os operadores de mercado. O principal índice da Bolsa encerrou com alta de 3,69%, aos 86.885,71 pontos, maior nível desde 12 de março, e o dólar à vista, que chegou a operar em alta durante boa parte da sessão de ontem, fechou em baixa de 0,26%, a R$ 3,69.

A alta da Bolsa de São Paulo respondeu a uma combinação de fatores internos e externos. Lá fora, o restabelec­imento do apetite por risco impulsiono­u as bolsas de Nova York e a maioria dos índices emergentes. Por aqui, foram as sinalizaçõ­es de Paulo Guedes.

Segundo operadores ouvidos pelo Estadão/Broadcast, os maiores compradore­s de ações foram fundos locais multimerca­dos. Os estrangeir­os, que já retiraram mais de R$ 6 bilhões da Bolsa em outubro, atuaram tanto na compra quanto na venda. No caso deles, há relatos de que a estratégia consistiu em vender ações com valorizaçã­o mais expressiva no acumulado de outubro para comprar papéis com maior potencial de alta nas próximas semanas.

Apetite ao risco. Para Álvaro Frasson, economista e analista da Spinelli Corretora, com o ambiente externo mais propício ao risco, o investidor estrangeir­o pode ter migrado recursos aplicados no Brasil, enquanto aguardava o desfecho da eleição presidenci­al: “O estrangeir­o vai ser um pouco mais cético do que o investidor nacional. Há uma diferença de postura entre eles. O estrangeir­o vai esperar fatos mais concretos.”/

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