Novo governo avaliará venda, diz Embraer
O diretor presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou ontem que não tinha a clareza, alguns meses atrás, que a decisão do acordo de venda de 80% da operação de jatos comerciais da brasileira à americana Boeing seria dividida pelo presidente Michel Temer com o próximo governo. “Agora, está claro que o presidente Temer quer compartilhar o nosso pedido de aprovação ao acordo com a nova administração (do presidente eleito Jair Bolsonaro)”, disse, em teleconferência.
A afirmação respondeu à dúvida de uma analista sobre a mudança da dinâmica no lado do governo, que precisa dar aval à joint venture. De acordo com notícias da imprensa, a equipe de transição de Bolsonaro passará a participar das conversas sobre a transação.
Silva reiterou novamente a expectativa de conseguir aprovação do governo e de acionistas para a operação ainda neste ano. A empresa espera que a negociação com a Boeing esteja aprovada até o segundo semestre do próximo ano, uma vez que precisará passar pelo crivo de órgãos antitruste tanto no Brasil quanto no exterior.
Termos do acordo. A Embraer fechou, no início de julho, a venda de 80% de sua divisão de aviação comercial à Boeing. O negócio cria uma nova companhia, avaliada em US$ 4,8 bilhões (R$ 19 bilhões), na qual a brasileira terá 20% de participação. Com a venda, a Embraer receberá US$ 3,8 bilhões e lhe restará apenas suas áreas de defesa e jatos executivos – que historicamente têm menor participação nos resultados da companhia.