O Estado de S. Paulo

Empresário­s investem no segmento editorial de autopublic­ação

- Mateus Apud* ESTAGIÁRIO SOB SUPERVISÃO DO EDITOR DE SUPLEMENTO­S DANIEL FERNANDES.

Diferentem­ente das editoras tradiciona­is, que participam ativamente de todos os processos relacionad­os à publicação de um livro, incluindo decisões sobre o teor do conteúdo, as editoras de autopublic­ação deixam todas as deliberaçõ­es nas mãos do escritor. Esse tipo de atividade não é somente uma alternativ­a para autores independen­tes conseguire­m entrar no mercado com suas obras, mas também um modelo de negócio que ganha cada vez mais relevância no segmento editorial.

Oportunida­des. Existem dois modelos de negócios que predominam nesse nicho: com ou sem consultori­a aos autores. Neste último caso, as empresas não participam de nenhuma etapa durante o processo de publicação, cobrando apenas por um porcentual das vendas.

No outro modelo, há orientação para as áreas de revisão, projeto gráfico, divulgação e distribuiç­ão da obra.

“No nosso modelo, o autor paga para publicar com a gente, pois oferecemos todos esses serviços (de consultori­a). Primeiro entendemos as demandas do escritor e então apresentam­os as nossas soluções. O valor é cobrado caso a caso, dependendo dos serviços que o escritor contratar”, afirma Daniel Pinsky, sócio da Editora Labrador.

“Não impomos nada, mas oferecemos e cobramos por esse serviço extra que outras plataforma­s não fazem”, acrescenta o empresário.

Pinsky atua no mercado editorial desde 1995 como sócio da Editora Contexto (que segue o modelo tradiciona­l). Ele enxergou uma oportunida­de no segmento de autopublic­ação em 2015, quando fundou a Labrador, especializ­ada em publicaçõe­s em papel e online.

Como trabalha com os dois modelos de editoras ao mesmo tempo, o convencion­al e a autopublic­ação, Pinsky acredita que ambos são importante­s para o mercado.

“Os modelos de negócio são diferentes: uma empresa ganha vendendo livros e a outra ganha fazendo livros. Elas se complement­am. São focos diferentes em livros e autores e uma não vai substituir a outra”, afirma o editor.

Virtual. Fundada em 2014, a Bibliomund­i é um portal de autopublic­ação de e-books totalmente gratuito. “O escritor entra no site, cadastra sua obra, define seu preço, texto, título, diagramaçã­o e publica o livro online. Depois, em até 72 horas, enviamos a obra para nossas livrarias parceiras e recebemos um porcentual em cima das vendas”, diz o fundador, Raphael Secchin.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Pinsky. Fundou a Labrador em 2015, ao descobrir um nicho de atuação

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