O Estado de S. Paulo

Preço é empecilho

Veja dicas para reduzir o valor a pagar sem compromete­r as garantias de que você precisa

- Tião Oliveira tiao.oliveira@estadao.com

Um dos principais motivos para a baixa adesão ao seguro de veículos no País é o preço. Levantamen­to feito no início de outubro pela startup Bidu aponta que o valor do seguro para os dez carros mais vendidos no Brasil em setembro subiu, em média, 46% em relação ao mês anterior. A pesquisa foi realizada nas cidades de São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro e considerou o mesmo perfil hipotético para homens e mulheres que estivessem contratand­o o seguro pela primeira vez: 35 anos, casada (o), sem filhos e com garagem em casa e no local de trabalho. Os resultados são surpreende­ntes.

Desde junho, o valor das apólices estava em queda, mas em setembro os preços explodiram. O destaque ficou com São Paulo, com R$ 3.396 de valor médio de seguro, o mais alto entre as capitais pesquisada­s.

A boa notícia é que há formas simples de reduzir o valor a pagar, sem abrir mão das coberturas mais importante­s. A mais comum é aumentar o valor da franquia facultativ­a.

Sócia da Bidu, Michele Alves afirma que estacionar em locais fechados e instalar um alarme ajudam a reduzir os riscos e, portanto, o preço da apólice. “Quem roda 50 quilômetro­s não precisa ter um guincho para 200 quilômetro­s, pois pagará por um serviço que não será usado e pode encarecer o seguro”, diz.

Glaucio Toyama, diretor de Automóveis do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, lembra que o cliente deve refletir se alterações nos serviços contratado­s trarão economia no longo prazo. Em caso de imprevisto, o custo por ser alto, anularia a suposta vantagem.

CELULAR AMIGO

A telemetria também vem sendo utilizada por várias companhias. O segurado permite que a empresa confira como ele dirige e, em troca, recebe bônus.

O Trânsito+gentil, da Porto Seguro, é um bom exemplo. Quem baixa o aplicativo e se cadastra ganha 3% de desconto ao contratar e renovar o Seguro Auto. Da SulAmérica, o Auto.Vc tem a função de “conhecer o perfil do condutor e oferecer descontos a partir da verificaçã­o de uma boa conduta no trânsito”, diz o vice-presidente de Auto e Massificad­os da empresa, Eduardo Dal Ri. O bônus para o chamado “motorista seguro”chega a R$ 400.

Condutores com idade entre 18 e 24 anos (faixa etária que concentra o maior índice de sinistros por acidente) são os que pagam o seguro mais alto. Para atrair a fatia desse público que dirige “de maneira consciente”, a Porto Seguro dá até 15% de desconto. Quem fizer os dois cursos de técnicas de direção disponívei­s na plataforma ganha mais 10% de bônus.

Além disso, segurados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia que seguirem à risca as leis de trânsito e ficarem um ano sem pontos na habilitaçã­o recebem mais 7% de bônus. No total, o desconto para os clientes de 18 a 24 danos da Porto Seguro chega a 35%.

Na Tokio Marine, ser fiel também dá desconto. Quanto mais tempo o cliente ficar na companhia, maior será o bônus na renovação do seguro.

A relação entre seguradora e segurado é baseada na boa-fé. Portanto, ser honesto ao preencher o questionár­io de risco é o primeiro passo para gerar um diferencia­l positivo na precificaç­ão. “Isso garantirá o cumpriment­o do contrato em casos de ocorrência­s”, afirma Toyama, do Banco do Brasil e Mapfre.

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STEVE WOODS/GETTY IMAGES Diminuir a distância coberta pelo guinho faz baixar preço da apólice
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