INVESTIR EM PESQUISAS
De 2009 para cá, a Embrapa esteve envolvida em cinco pesquisas com foco em pó de rocha. Nestes trabalhos foram feitos testes agronômicos em casa de vegetação, onde se percebeu que a ação de microrganismos presentes no solo é fundamental para que os agrominerais liberem os nutrientes. O próximo passo é definir um protocolo adequado para os experimentos em campo.
Hoje, o Ministério da Agricultura tem 14 agrominerais registrados, mas há potencial para muitos outros. Segundo Bergmann, do CPRM, “há uma ideia do que existe de rochas propícias no País inteiro”, e a CPRM já trabalha com algumas em projetos regionais. Junto com a Embrapa, a CPRM tem como meta desenvolver um zoneamento agrogeológico do Brasil e um raio X detalhado das rochas nacionais que podem ser usadas na agricultura. “Este projeto tem como objetivo revelar áreas produtoras de agrominerais e potenciais consumidoras”, diz Éder de Souza Martins, da Embrapa.
Não há dúvidas de que a rochagem, técnica inicialmente usada por pequenos agricultores que não tinham condição de comprar fertilizantes químicos, é uma alternativa para baratear os custos da produção agrícola e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. No entanto, o próximo governo precisará investir recursos em pesquisas. Afinal, o Brasil é um país de dimensão continental, e cada região tem suas especificidades: um tipo de solo, uma tradição de cultivo de determinadas culturas, bem como rochas peculiares àquela localidade. Além de identificar as rochas, é necessário estudá-las. “Nos interessam materiais reativos, que liberem nutrientes no tempo da lavoura cultivada ali”, finaliza Bergmann.