Petrobrás vende ativos na África por US$ 1,5 bi
Estatal se desfez de participação de 50% em petroleira com operações na Nigéria; sócio no ativo, o banco BTG Pactual continuará no negócio
A Petrobrás assinou ontem acordo para venda de sua participação de 50% em petroleira com operações na África por US$ 1,53 bilhão (R$ 5,7 bilhões). O negócio foi arrematado pela Petrovida Holding, empresa controlada pela holandesa Vitol.
Sócios da estatal brasileira no negócio, o banco BTG Pactual, com fatia de 40%, e a britânica Helios Investments Partners, com 10%, vão manter suas participações no ativo.
O banco fundado por André Esteves entrou no empreendimento com a Petrobrás em 2013, pagando US$ 1,5 bilhão por uma participação de 50%. A operação foi alvo de questionamentos que apontavam banco como beneficiado e chegou a ser citada na Lava Jato. Até o momento, no entanto, nada foi apurado.
“A Vitol tem uma longa história no setor energético da Nigéria. Estamos satisfeitos e orgulhosos de adicionar este significativo ativo de exploração e produção”, afirmou, em nota, o presidente da Vitol Russel Hardy.
A petroleira, que tinha como sócia majoritária a Petrobrás, tem uma participação em blocos de exploração de petróleo em águas profundas na Nigéria – que incluem dois campos produtores, Agbami e Akpo – que fornecem uma produção média de 21 mil barris de petróleo por dia para a estatal brasileira. Em nenhum deles a joint venture é operadora. No total, a Petrobrás Petróleo & Gas BV teve produção média de 47 mil barris de petróleo por dia no ano passado.
A transação, segundo a petroleira brasileira, envolverá um pagamento à vista de US$ 1,407 bilhão (R$ 5,2 bilhão), sujeito a ajustes até o fechamento da operação, e um pagamento diferido de até US$ 123 milhões, a ser efetuado assim que o processo de redeterminação do campo de Agbami for implementado.
A conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de condições, como aprovações de órgãos governamentais nigerianos. A venda faz parte do plano bilionário de venda de ativos e parcerias da Petrobrás, que busca reduzir sua enorme dívida, que está entre as maiores para uma petroleira no mundo. A companhia também vem fazendo um amplo trabalho de gestão de portfólio, que visa focar nos ativos com melhor rentabilidade.
Pasadena. Na semana passada, o Estado informou que Petrobrás também está negociando a venda da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A conversa está em estágio avançado com a norte-americana Chevron, segundo fontes da estatal.
Oficialmente, a petroleira não se posiciona e diz que qualquer informação será previamente comunicada ao mercado financeiro, via Comissão de Valores Mobiliários.
No foco da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos em obras e aquisições da Petrobrás, Pasadena está entre os ativos colocados à venda para somar US$ 21 bilhões ao seu caixa até o fim deste ano.
Pasadena foi adquirida pela Petrobrás da Astra Oil em 2006. O plano, na época, era internacionalizar a Petrobrás, nesse caso, com uma entrada no mercado de combustíveis dos Estados Unidos. /