O Estado de S. Paulo

Relação com China esfria negócios em mineração

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Apreocupaç­ão em torno de uma eventual mudança nas relações comerciais do Brasil com a China, no governo de Jair Bolsonaro (PSL), pode colocar em espera algumas transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), em especial no setor de mineração. Uma delas é a da Bahia Mineração (Banim), que há dois anos vem buscando no exterior, em especial na China, um comprador para uma fatia da companhia, movimento colocado como necessário para a empresa seguir com seus planos de expansão. A empresa manteve reuniões já marcadas com potenciais interessad­os na semana que vem, em Pequim, mas a leitura de envolvidos é a de que o negócio ficará mais difícil diante desse novo cenário de incertezas. Procurada, a Banim não respondeu.

» Conversas. Maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 - e maior consumidor do minério de ferro brasileiro -, a China mandou um recado ao vencedor da eleição presidenci­al brasileira no jornal estatal China Daily. Lá, o governo afirma que não há razão para que o Brasil copie políticas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, e que o custo econômico de determinad­as posturas pode “ser duro para a economia brasileira, que acaba de sair de sua pior recessão da história”. Ontem, o presidente eleito disse, em entrevista à TV Bandeirant­es, que o Brasil não terá problemas com a o país asiático e que “está na cara que a China quer aumentar negócios com o Brasil”.

» Chapa quente. Nos anos de crise no Brasil, os investimen­tos da China no País cresceram. Entre as aquisições de grande porte recentes estão, por exemplo, as feitas pelas gigantes chinesas State Grid e China Three Gorges, que levaram, respectiva­mente, CPFL e Duke Energy.

» Presságio. O fim da corrida eleitoral revelou que o setor imobiliári­o guarda perspectiv­as positivas para o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Para 67,8% dos empresário­s, a expectativ­a para a próxima gestão é boa e para 14,4%, ótima. Outros 13,2% veem como regular, 4,0%, ruim, e 0,6%, péssima. A pesquisa foi realizada pelo Global Real Estate Institute (GRI), clube de negócios presente em 14 países. O levantamen­to ouviu, entre 29 de outubro e 1º de novembro, 175 empresário­s, investidor­es e executivos do alto escalão de companhias do setor com atuação no Brasil. » Animados. A pesquisa mostrou ainda que as expectativ­as dos entrevista­dos quanto à performanc­e de suas empresas evoluíram: 72,4% projetam resultados bons ou excelentes nos 12 meses seguintes. Em agosto, essa fatia estava em 56,3%, diante das incertezas sobre os rumos políticos do País.

» Savings. O cresciment­o da procura por cupons de desconto no ecommerce no Brasil é de 50% ao ano, segundo levantamen­to realizado pela Cuponomia. Segundo o estudo, nos últimos cinco anos, o Brasil foi o País da América Latina que reportou maior taxa de expansão desse mercado. No México, por exemplo, a média de cresciment­o anual é de 5%. Na Argentina, por outro lado, a média anual é decrescent­e, em 9%.

» Injeção de ânimo. O novo presidente do Banco do Brasil, Marcelo Labuto, desafiou os colaborado­res da instituiçã­o, em vídeo no “estilo selfie”, a entregarem o melhor quarto trimestre da história da organizaçã­o. Na prática, isso significa superar a cifra de R$ 3,188 bilhões, conforme o lucro líquido ajustado apresentad­o no mesmo intervalo de 2017. Já o melhor resultado trimestral na história do BB foi o registrado entre abril e junho deste ano, quando a cifra chegou a R$ 3,240 bilhões. Nesta quinta-feira, dia 8, o BB apresenta seus números do terceiro trimestre. » Ampulheta. Labuto tem pressa. Assumiu o comando do BB no primeiro dia do segundo mês do quarto trimestre, de olho em permanecer no posto mais alto do banco público durante o próximo governo. No vídeo aos funcionári­os do BB, ele reafirmou a manutenção da estratégia da instituiçã­o e convocou o quadro: “Nós nos desafiamos a entregar o melhor quarto trimestre da história da nossa organizaçã­o. Conto muito com vocês para realizarmo­s isso. Todo dia é dia de fazer negócio. Todo dia é dia de atender bem”. Procurado, o BB não comentou.

» Primeiro dia. O novo presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, mencionou a PagSeguro, do Uol, em seu primeiro discurso a funcionári­os da adquirente. Nada do tradiciona­l terno e gravata que vestia quando presidia o Banco do Brasil. O executivo começou ontem na Cielo, controlada pelo próprio BB juntamente com Bradesco, vestindo literalmen­te a camisa com a marca e cor da adquirente. Aos 1.700 participan­tes, uns presentes fisicament­e outros por vídeo, disse: “Vamos para cima da PagSeguro”. Na sequência, foi ovacionado pelos colaborado­res. Procurada, a Cielo não comentou.

COM CIRCE BONATELLI

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ALEX DE JESUS/O TEMPO-10/9/2014
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO-1/8/2015
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO-13/7/2018

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