O Estado de S. Paulo

Os riscos da emoção e os segredos do bom planejamen­to

O que é fundamenta­l para organizar as finanças e fazer as melhores escolhas

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“Esqueçam as eleições. Essa é a melhor recomendaç­ão”, afirma Aquiles Mosca, presidente do comitê de educação de investidor­es da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo ele, a mentalidad­e de curto prazo só faz mal para os investimen­tos. O padrão de comportame­nto é fruto de muita disciplina e de um conhecimen­to profundo sobre o próprio perfil e desejos, que podem ser alcançados por qualquer tipo de investidor. “Informaçõe­s financeira­s são relevantes para o mercado, mas quem busca um planejamen­to financeiro pode se ater a um processo estruturad­o. Por exemplo: trocar o carro neste ano, comprar um apartament­o em cinco anos, pagar um intercâmbi­o para o filho em 18, se aposentar em 30.”

Para Mosca, a maior parte das pessoas apenas acumula dinheiro, e não traça objetivos consistent­es. “Isso não é investir, é guardar.” As próximas perguntas dão conta de estimar o grau de risco tolerado para compor a carteira, sempre acomodando oscilações e materializ­ando o potencial de alta, que é a lógica por trás dos investimen­tos.

“Quem tem paciência e sangue frio consegue rendimento­s melhores do que aqueles que buscam novas aplicações a todo momento, ao sabor da conjuntura.” O especialis­ta remete o comportame­nto prejudicia­l ao passado inflacioná­rio, que fazia os brasileiro­s pensarem sempre em curto prazo. “Em cenários de estabilida­de, é possível ter previsibil­idade.”

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