Sob pressão, Netanyahu deve perder último aliado
Líder do partido Lar Judaico deve retirar hoje apoio à coalizão e forçar a convocação de eleições antecipadas em Israel
O governo do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ficou ainda mais perto do fim ontem, quando o segundo principal partido que sustenta sua coalizão informou que deve deixar o governo hoje. O líder do partido nacionalista religioso Lar Judaico, Naftali Bennett, avisou que fará um pronunciamento na Knesset, o Parlamento israelense, hoje, provavelmente retirando o apoio, o que obrigará Netanyahu a convocar eleições antecipadas.
Em uma entrevista coletiva ontem, Netanyahu afirmou que seria “irresponsável” convocar eleições antecipadas. “A segurança do Estado vai além das considerações políticas”, disse. O primeiro-ministro conta com uma frágil maioria parlamentar: ele tem 61 assentos, de 120.
O governo Netanyahu começou a ruir na semana passada. Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, deixou o cargo e retirou seu partido, o Yisrael Beiteinu, da coalizão governista após o primeiroministro concordar em estabelecer uma trégua com o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A saída de Lieberman deixou Netanyahu com a maioria apertada na Knesset.
A situação de Bibi se complicou mais na sexta-feira, quando Bennett exigiu ser ele o nomeado como novo ministro da Defesa para se manter na coalizão. Netanyahu negou o pedido. “Eu sou o ministro da Defesa, e continuarei sendo. Eu sei o que fazer e quando fazer”, acrescentou ele. Sem o Lar Judaico, a coalizão governista teria apenas dois partidos e 53 assentos.
Ontem, no fim do dia, Netanyahu, chefe do partido de direita Likud, tentou ainda o apoio do seu ministro das Finanças, Moshe Kahlon, do partido Kulanu, de centro-direita, a terceira força da coalizão. Kahlon, no entanto, pediu a Netanyahu que “convoque as eleições imediatamente”. A eleição antecipada poderia ocorrer em março, segundo a imprensa de Israel.