Michelle reúne 20 mil para falar de seu livro
Não fossem os sapatos de salto fino calçados do início ao fim da noite, o evento de divulgação do livro de memórias de Michelle Obama em Washington pareceria um encontro de amigas na sala de estar. Na noite de sábado, a advogada e ex-primeira-dama fez na capital dos EUA, onde vive com a família, a terceira parada da turnê de lançamento do seu livro “Minha História”. E, com direito a uma surpresa: a entrada de Barack Obama.
Com um buquê de rosas nas mãos, Obama foi ovacionado pela plateia, ouviu gritos de “sentimos sua falta” e sentou no braço da poltrona de Michelle para uma breve participação.
Durante uma hora e meia, Michelle conversou com Valerie Jarret, ex-conselheira da Casa Branca e próxima da ex-primeira-dama há quase 30 anos, sobre detalhes da vida íntima como terapia de casal, tratamentos de fertilidade, desafio de ser mãe e profissional e, claro, a vida como mulher do presidente.
Michelle falou direto com seu público, basicamente composto por mulheres, justificando o nome da turnê: “uma conversa íntima com Michelle Obama”, mesmo em uma arena com capacidade para 20 mil pessoas e ingressos esgotados.
Ela explorou pouco questões de política partidária. Em uma breve passagem, mostrou insatisfação com o momento atual e relatou que às vezes “como vocês”, disse ao público, gostaria de ver Obama entrando em cena de forma mais crítica. No livro, Michelle foi mais direta em críticas a Donald Trump e o chamou de “misógino”.
A turnê, como o livro, é política além de pessoal. Todo o relato de Michelle perpassa suas experiências de vida como mulher e negra, desafios que enfrentou e como vê questões de política social e econômica.
“Nunca tive 'media training'. Era eu e minha história. Esse é o motivo pelo qual escrevi esse livro. O que nos conecta não é raça, partido, religião, são conversas em torno da mesa de jantar, é a relação com seus avós, a vida que você vive e suas memórias. Se você pode compartilhar isso com as pessoas, isso é o que as conecta”, afirmou Michelle.