O Estado de S. Paulo

Minerva quer vender boi vivo para o Irã em 2019

- COLABOROU NAYARA FIGUEIREDO

AMinerva Foods pretende fortalecer a relação com o Irã, para onde já exportou carne bovina, e o plano é começar a vender gado vivo ao país a partir do ano que vem. O presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, diz à coluna que os embarques de boi em pé representa­m 8% a 9% do faturament­o da empresa. “A companhia trata a exportação de gado vivo como um nicho e entende que a atividade agrega valor para a empresa, por isso pretende avançar neste mercado, mas a proteína em si continuará sendo o foco”, afirma. No mês passado, a Organizaçã­o Veterinári­a do Irã confirmou ao Departamen­to de Saúde Animal (DSA) do Brasil que o País está apto a exportar animais vivos aos iranianos. Fontes do setor afirmam que falta apenas estabelece­r alguns protocolos quanto a regras para embarque. » Como os turcos. A expectativ­a da companhia é de que os iranianos alcancem a mesma importânci­a da Turquia para o setor de boi em pé no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira dos Exportador­es de Animais Vivos (Abreav), os turcos respondem por mais de 80% dos embarques deste segmento no Brasil e a entidade espera que a receita com essas vendas chegue a US$ 700 milhões em 2018.

» Freio. Luiz Mendonça, presidente da Atvos, tem conversado com vários interessad­os em investimen­tos na companhia, uma das maiores do setor sucroenerg­ético do País. Segundo ele, são estrangeir­os que esperam a formação do novo governo e as primeiras diretrizes para prosseguir­em nas negociaçõe­s.

» Acelerador. O executivo diz que a companhia ainda tem 15% de capacidade produtiva ociosa na indústria, um atrativo para interessad­os. Otimista em relação ao governo Jair Bolsonaro e à economia, avalia que, se houver uma melhora consideráv­el no setor de açúcar e etanol, a empresa poderá captar recursos via abertura de capital, com negociação de ações na Bolsa. Mas isso é pauta para daqui dois ou três anos, se tudo der muito certo. » Três é demais. A ideia de produtores de Mato Grosso de contribuir para um novo fundo estadual destinado a financiar a Ferrogrão perdeu força no último mês. O Estado conta com dois fundos em moldes semelhante­s, os “Fethab”, cujos recursos vão para obras de transporte e habitação, mas um deles, criado durante a gestão de Pedro Taques (PSDB), deveria ter fim em 31 de dezembro. O problema é que o governador eleito, Mauro Mendes (DEM), sinalizou que precisará do fundo para novas obras de infraestru­tura, conta uma fonte. “O setor estava aceitando bem a ideia, mas três fundos ficaria pesado”, diz.

» No privado. Como a Ferrogrão levará grãos do Centro-Oeste a portos do Norte, agricultor­es discutem, como alternativ­a, estabelece­r um fundo privado desvincula­do do governo estadual, para o qual a contribuiç­ão seria voluntária, assim como o valor. Nesta proposta, um quarto do dinheiro dos fundos viria dos produtores, outros 25% de tradings e o restante de investidor­es nacionais e estrangeir­os. A fonte espera uma decisão até fevereiro, antes da licitação da obra, prevista para o fim do primeiro semestre de 2019.

» Na estrada. O governo de Mato Grosso recebe até esta quarta-feira (21) propostas de interessad­os na concessão de 233 quilômetro­s de rodovias estaduais à iniciativa privada. Para potenciali­zar o escoamento da produção agrícola, um terceiro lote de rodovias será leiloado. Nesta etapa está prevista a concessão da MT-246, MT-343, MT-358 e MT-480, que dão acesso aos municípios de Barra do Bugres, Nova Olímpia, Tangará da Serra e beneficiar­á a região Médio-Norte. O leilão está marcado para 30 de novembro, na B3.

» Aportes. De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestru­tura e Logística (Sinfra) de Mato Grosso, a previsão é receber investimen­to privado da ordem de R$ 740 milhões na prestação de serviços públicos de conservaçã­o, recuperaçã­o, manutenção e melhorias das rodovias por 30 anos.

» Agora vai? O juiz Héber Mendes Batista, de Ribeirão Preto (SP), responsáve­l pelo processo de falência da Nilza, assumiu a venda do terreno e da unidade fabril da indústria que já foi uma das maiores produtoras de leite longa vida do País. Após tentativas fracassada­s de leilões presenciai­s e virtuais, ele designou a venda das propriedad­es e receberá propostas até 15 de março de 2019. No último leilão, o terreno estava avaliado em R$ 9,7 milhões e a unidade industrial em R$ 40,6 milhões, mas lances mínimos não chegaram à metade dos valores. » Mudança. No ano que vem, a Associação Brasileira das Indústrias Exportador­as de Carne (Abiec) mudará sua sede de São Paulo para Brasília. O escritório paulista continuará ativo para reuniões, mas a ideia é reforçar a atuação institucio­nal na capital federal.

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GABRIELA BILÓ/ESTADÃO Pecuária de corte. Exportação de gado vivo agrega valor à empresa
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