O BOICOTE DO AIRBNB A ISRAEL
Aempresa de aluguel por temporada Airbnb decidiu colocar a mão no vespeiro da disputa entre israelenses e palestinos. Ontem, a empresa suspendeu da sua plataforma os anúncios de casas localizadas em assentamentos israelenses na Cisjordânia. A decisão veio, segundo a companhia, “depois de extensas consultas a especialistas sobre o conflito árabe-israelense”.
As colônias judaicas no território, reivindicado por palestinos como terra de um eventual Estado próprio e ocupado militarmente por Israel, estão no centro da disputa cuja primeira guerra completa 70 anos.
A decisão da Airbnb afetará cerca de 200 propriedades da sua plataforma. Não há detalhes sobre quando as remoções vão ocorrer. Em comunicado, a empresa disse que, embora seja permitida pela legislação americana a manter negócios na Cisjordânia, resolveu mudar sua política por “responsabilidade”.
“Devemos considerar o impacto que temos e agir com responsabilidade. Concluímos que deveríamos remover anúncios em assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada que estão no centro da disputa entre israelenses e palestinos”, escreveu a empresa.
Nos últimos anos, a empresa foi repetidamente criticada por não mencionar no seu site que as propriedades oferecidas para aluguel em assentamentos estavam localizadas em terras reivindicadas por palestinos. Autoridades palestinas e ONGs pressionavam a empresa para mudar os parâmetros.
O ministro do Turismo de Israel, Yariv Levin, classificou a iniciativa da Airbnb de “a mais miserável das capitulações infelizes aos esforços de boicote” promovidos contra os assentamentos israelenses na Cisjordânia.
O Conselho de assentamentos Yesha disse em resposta que “uma empresa que não tem escrúpulos em alugar apartamentos em ditaduras ao redor do mundo e em lugares que não têm relação com direitos humanos está isolando Israel. Isso só pode ser resultado de antissemitismo ou de rendição ao terrorismo – ou ambos”.
Já Waleed Assraf, chefe de um grupo palestino contra assentamentos dirigido pela Organização para a Libertação da Palestina, elogiou a decisão da Airbnb. “Caso outras empresas sigam o exemplo”, disse ele, “isso contribuirá para alcançar a paz”.