Onyx e Moro evitam falar sobre relatório do Coaf
Depois de pedir ‘trégua’ à imprensa, futuro ministro da Casa Civil se irrita com perguntas e abandona coletiva
O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pediu ontem trégua à imprensa, se irritou com perguntas dos jornalistas e abandonou entrevista coletiva após participar de almoço com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais).
A “trégua” de Onyx foi pedida no fim do discurso. “Quero pedir para a imprensa que nos acompanha, por favor, uma trégua, em nome do Brasil”, disse Onyx. Os empresários aplaudiram a fala. Na entrevista, ele foi questionado sobre como seria a trégua. “Algumas áreas da imprensa brasileira abriram francamente um terceiro turno. Temos nossas limitações, nossas dificuldades. Vamos fazer um grande pacto. Não ganhamos carta em branco. Sabemos que temos oposição. Temos tido todo respeito do ponto de vista do futuro do nosso País. A partir do dia 1.° de janeiro, quando o governo assumir e tiver diretriz, aí sim, se estiver errado, critica”, disse.
Em seguida, Onyx foi perguntado sobre o inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o suposto uso de caixa 2 em suas campanhas. “Se tem um cara que é tranquilo sou eu. Vim com Deus.” Onyx, no entanto, se irritou com uma pergunta sobre relatório do Coaf que mostra movimentações financeiras “atípicas” de ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSLRJ). Mais cedo, o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, já havia evitado comentar o assunto.
Após dizer que “setores tentam destruir a reputação de Bolsonaro”, ele atacou o Coaf, questionando onde o conselho estava “durante os processos do mensalão e do petrolão”. “Foi feita uma aliança ideológica que faz com que vocês queiram misturar um governo honesto com as lambanças do PT dos últimos 14 anos.” Diante da insistência dos jornalistas no assunto, Onyx questionou um dos repórteres quanto havia “caído na sua conta” neste mês, e deixou o local da coletiva.