O Estado de S. Paulo

Onyx e Moro evitam falar sobre relatório do Coaf

Depois de pedir ‘trégua’ à imprensa, futuro ministro da Casa Civil se irrita com perguntas e abandona coletiva

- Pedro Venceslau André Ítalo Rocha

O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pediu ontem trégua à imprensa, se irritou com perguntas dos jornalista­s e abandonou entrevista coletiva após participar de almoço com empresário­s do Lide (Grupo de Líderes Empresaria­is).

A “trégua” de Onyx foi pedida no fim do discurso. “Quero pedir para a imprensa que nos acompanha, por favor, uma trégua, em nome do Brasil”, disse Onyx. Os empresário­s aplaudiram a fala. Na entrevista, ele foi questionad­o sobre como seria a trégua. “Algumas áreas da imprensa brasileira abriram francament­e um terceiro turno. Temos nossas limitações, nossas dificuldad­es. Vamos fazer um grande pacto. Não ganhamos carta em branco. Sabemos que temos oposição. Temos tido todo respeito do ponto de vista do futuro do nosso País. A partir do dia 1.° de janeiro, quando o governo assumir e tiver diretriz, aí sim, se estiver errado, critica”, disse.

Em seguida, Onyx foi perguntado sobre o inquérito aberto a pedido da Procurador­ia-Geral da República (PGR) para investigar o suposto uso de caixa 2 em suas campanhas. “Se tem um cara que é tranquilo sou eu. Vim com Deus.” Onyx, no entanto, se irritou com uma pergunta sobre relatório do Coaf que mostra movimentaç­ões financeira­s “atípicas” de ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSLRJ). Mais cedo, o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, já havia evitado comentar o assunto.

Após dizer que “setores tentam destruir a reputação de Bolsonaro”, ele atacou o Coaf, questionan­do onde o conselho estava “durante os processos do mensalão e do petrolão”. “Foi feita uma aliança ideológica que faz com que vocês queiram misturar um governo honesto com as lambanças do PT dos últimos 14 anos.” Diante da insistênci­a dos jornalista­s no assunto, Onyx questionou um dos repórteres quanto havia “caído na sua conta” neste mês, e deixou o local da coletiva.

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