Fantasmas do passado assombram ‘love story’ de Desplechin
Os Fantasmas de Ismael LES FANTÔMES D’ISMAËL. (FRANÇA, 2017.) DIR. DE ARNAUD DESPLECHIN, COM MATHIEU AMALRIC, MARION COTILLARD, CHARLOTTE GAINSBOURG, LOUIS GARREL.
São vários filmes num só, ou estilos de filmes. Mais exatamente, quatro. O processo de um cineasta que realiza um filme e amarga o desaparecimento, há mais de 20 anos, da primeira mulher; ela que volta, e provoca um tumulto em sua vida; a segunda esposa, que logicamente se ressente da nova situação; e o filme dentro do filme. A par de todas essas informações, Desplechin não deixa de ser autorreferencial, porque, como sempre, há um personagem chamado Dedalus. Não é o protagonista – esse é Ismael, o cineasta, assombrado por fantasmas, como aquele outro Ismael, o narrador da obra-prima literária Moby Dick, de Herman Melville. Arnaud Desplechin já fez filmes melhores, incluindo o anterior, Três Lembranças da Minha Juventude, mas seu elenco garante o interesse e o filme tem partes ótimas.