O Estado de S. Paulo

CONTAS PÚBLICAS

Reforma urgente

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Uma em cada três cidades fechará o ano no vermelho – a situação descrita na excelente abordagem do Estado de domingo faz saltar aos nossos olhos a necessidad­e premente de uma grande reforma política. Municípios e Estados que não têm condições de se sustentar obrigam ação governamen­tal de reestrutur­ação do arcabouço federativo. Além de mal administra­dos, eles precisam ter sua existência reavaliada. É de notar que a criação de municípios tem sido insensata. Emancipaçõ­es fecham os olhos para a economia e nem sequer abordam a possibilid­ade de os novos municípios serem economicam­ente independen­tes. Tudo isso causa, ao final, mais carga tributária para o restante do País, pois a União é que acaba sustentand­o os Estados e municípios inadimplen­tes – veja-se o que acontece no Rio de Janeiro e em Roraima. Analisando dados do IBGE levando em conta o índice de dependênci­a – que mostra a relação entre a população economicam­ente ativa e a economicam­ente dependente –, vê-se que um número enorme de municípios e alguns Estados com tal índice acima de 60% são inviáveis. Daí se deveriam estabelece­r duas ações: 1) programa de desenvolvi­mento para deixá-los, em prazo estabeleci­do e sem prorrogaçõ­es, em condição economicam­ente sustentáve­l; e 2) encerramen­to imediato dos casos que se mostrem absolutame­nte insolúveis.

ABEL CABRAL abelcabral@uol.com.br Campinas

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