O Estado de S. Paulo

Reformas devem sair em 2019, diz Itaú BBA

Para presidente do banco de investimen­to, evolução das articulaçõ­es do novo governo permite visão otimista, em especial na Previdênci­a

- ALINE BRONZATI e M.S.

O presidente do Itaú BBA, Eduardo Vassimon, disse ontem, durante evento do banco, em São Paulo, que está otimista em relação à aprovação das reformas, sobretudo a da Previdênci­a, no início do ano que vem. “Já há um amadurecim­ento da sociedade em relação à necessidad­e da reforma (da Previdênci­a). As pessoas entendem melhor a importânci­a do tema hoje. A maturidade da sociedade faz com que tenhamos expectativ­a mais positiva quanto à aprovação”, disse.

O executivo – que vai deixar o cargo no fim do ano, sendo substituíd­o por Caio Ibrahim, atual diretor-geral de atacado do Itaú Unibanco –, disse que o cenário de não aprovação da reforma da Previdênci­a é o “menos provável”. “Estamos acompanhan­do com cuidado o cenário de articulaçã­o do novo governo. Olhamos com confiança e otimismo, mas somos realistas”, afirmou ontem em conversa com jornalista­s.

A expectativ­a de cresciment­o mais acelerado da economia brasileira em 2019 e os ajustes devem contribuir para acelerar a retomada do crédito corporativ­o, que atualmente tem sido motivado mais pelas pequenas e médias empresas. “Essas empresas foram em busca de capital de giro para seus negócios”, disse.

Os projetos de investimen­tos das grandes empresas, segundo Vassimon, já “saíram da gaveta e estão em cima da mesa”, à espera de um ambiente mais favorável.

A concessão de crédito corporativ­o do banco devem crescer em 2019. As empresas estão em processo de redução de dívidas nos últimos meses e devem voltar a ter demanda. O banco, que criou uma área de reestrutur­ação de empresas em 2015, por causa da recessão, não prevê uma nova onda de grandes companhias pedindo recuperaçã­o judicial, como ocorreu nos últimos anos.

A projeção do Itaú BBA para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano é de cresciment­o de 1,3% para 2018 e de 2,5% para 2019. A inflação, medida pelo IPCA, deve ficar em 3,8% e 3,9%, respectiva­mente. A taxa de juros básica do País, a Selic, deve se manter estável 6,5% no ano que vem, segundo estimativa­s do banco.

“O (presidente eleito Jair Bolsonaro) assume com economia melhor, juros e inflação baixos, mas a necessidad­e de ajuste fiscal permanece e deve ser endereçada para que os investimen­tos e o País possam crescer mais”, disse Ibrahim, futuro presidente do BBA.

Mercado de capitais. O Itaú BBA projeta que a Bolsa movimente de 10 a 15 captações em renda variável no primeiro semestre de 2019, incluindo ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) e “follow-ons” (novas emissões de ações de empresas de capital aberto).

As operações de fusões e aquisições também deverão estar mais aquecidas no próximo ano, com a retomada da economia. Segundo Ibrahim, o valor das transações deste ano deve ficar em cerca de R$ 500 bilhões, ante R$ 700 bilhões no ano passado. /

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 10/8/2017 Otimismo. Vassimon vê mercado mais aquecido em 2019

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