Congresso cobra opção ao fim do toma lá, da cá
Políticos que conversaram com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdência narraram à Coluna tê-lo avisado de que o governo só terá sucesso nessa empreitada se encontrar um caminho para dialogar com o Congresso. Uma vez que a promessa de Bolsonaro é abandonar o toma lá, dá cá, que consiste na troca de voto por cargos e liberação de emendas, qual será o modelo de negociação do governo com congressistas? Um senador que esteve com Guedes resume: Até se descobrir o novo caminho, todo mundo ficará de braços cruzados.
» De fora para dentro. Um dos caminhos do governo para não ficar refém do Congresso é buscar apoio popular. A ideia é aproveitar a notoriedade do presidente nas redes sociais para convencer os eleitores a cobrarem dos congressistas a votação de propostas.
» Para ontem. Antes mesmo de enviar o texto ao Congresso, o governo fará campanha publicitária pedindo apoio à reforma da Previdência. Esta semana, a Secom inicia uma força-tarefa nas redes para proteger o presidente Jair Bolsonaro de ataques ao assinar o decreto que flexibiliza a posse de armas no País.
» Mais... O deputado Alberto Fraga, relator de projeto que muda o Estatuto do Desarmamento na Câmara, é contra conceder direito a moradores de municípios com mais de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes.
» ...burocracia. Segundo ele, apesar de a maior parte das cidades terem taxas superiores a essa, a regra pode virar um entrave no futuro, se os índices diminuírem.
» Chumbo... Aliados do senador Renan Calheiros preparam o troco para Deltan Dallagnol, que faz campanhas contra a candidatura do emedebista à presidência do Senado.
» ...trocado. Querem levantar a bandeira de que investigados em sindicância ou processo disciplinar não podem se candidatar a cargos do MPF. Deltan sonha em ser o próximo PGR.
» No rastro. A PF já trabalhava com a hipótese de Cesare Battisti estar na Bolívia. Como revelou a Coluna, foi enviado questionamento para saber se ele estaria escondido na embaixada.
» É pegar... Largando como favorito em 2017, Rodrigo Maia contabilizava apoio de 350 deputados e obteve 293 votos, reelegendo-se presidente da Câmara no 1.º turno. Este ano, concorrerá com pelo menos sete adversários, alguns capazes de roubar votos da sua base.
» ... ou largar. Líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi diz que a legenda não tem mais espaço no bloco de Maia. Ex-aliados insatisfeitos com o demista apostam na disputa pulverizada para enfraquecê-lo e calculam um número maior de traidores nesta eleição. » Martelo batido. Na briga pelo controle da Agência de Transporte do Estado de SP (Artesp), prevaleceu o secretário Rodrigo Garcia sobre Milton Leite. A Artesp, que estava sob o guarda-chuva da secretaria de transportes, voltou para a de governo.
» Mapa da mina. No Ministério da Cidadania, descobrir o arranjo orçamentário para encaixar o 13.º do Bolsa Família é uma das prioridades para os 100 dias do governo. A secretaria responsável pelo benefício está sob o comando do ex-deputado Lelo Coimbra.
COM NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA