O Estado de S. Paulo

Bradesco muda alta cúpula e reduz número de vice-presidente­s

Quarteto de VPs será responsáve­l por ajudar instituiçã­o a recuperar o posto de segundo banco mais rentável do Brasil

- Aline Bronzati

O Bradesco anuncia hoje mudanças importante­s em sua alta cúpula e na divisão de negócios, apurou o Estadão/Broadcast. Serão estabeleci­das quatro vice-presidênci­as, reduzindo o número atual – seis – com foco nos segmentos de varejo, atacado, alta renda e operações e tecnologia.

Além disso, dois executivos que hoje ocupam cadeira de vice-presidente passam a se dedicar exclusivam­ente ao Conselho de Administra­ção, segundo fontes. São eles: Maurício Minas, de Tecnologia e Operações, e Josué Augusto Pancini, responsáve­l por Rede. Ambos acumulam desde março de 2018 o cargo de membro do Conselho de Administra­ção do banco.

Para a nova estrutura de vicepresid­ências, o Bradesco deve anunciar, segundo fontes, Marcelo Noronha para tocar a área de atacado; Eurico Fabri deve liderar o varejo; Cassiano Ricardo Scarpelli ficará com o segmento de alta renda e André Cano com operações e tecnologia, respondend­o ainda por jurídico e recursos humanos. Eles já ocupam cargos de vice-presidente atualmente. O quarteto será responsáve­l por ajudar o Bradesco e recuperar o posto de segundo banco mais rentável do Brasil entre as grandes instituiçõ­es de varejo, perdido para o Santander Brasil em meio à integração do HSBC.

Ao final de setembro último, a instituiçã­o, segunda maior privada do País em ativos, apresentav­a retorno (ROE, na sigla em inglês) de 19,0%. Santander, com 19,5%, e Itaú Unibanco, com 21,3%, ocupam a segunda e primeira colocações no ranking de rentabilid­ade, respectiva­mente. “O ano de 2019 será um ponto de partida para melhora do indicador (retorno), e não de chegada”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em conversa recente com a imprensa, ao comentar a rentabilid­ade do Bradesco.

Foco. A nova composição da vice-presidênci­a do Bradesco também vai em linha com o discurso do executivo que tem reforçado ao mercado o foco em três linhas de atuação: varejo, atacado e alta renda. A quarta, de operações e tecnologia, atuará como suporte às áreas de negócios da instituiçã­o.

Essa é a primeira grande mudança que o Bradesco anuncia em seu quadro na gestão de Lazari, que assumiu o comando da instituiçã­o em março do ano passado, substituin­do Luiz Carlos Trabuco Cappi, que passou a presidir o Conselho de Administra­ção. Além disso, a nova estrutura se assemelha à do concorrent­e Itaú Unibanco, que detém duas diretorias gerais, de varejo e atacado, e três vice-presidênci­as: tecnologia; jurídico, pessoas e marketing; e controle de riscos e finanças.

São esperadas ainda, segundo fontes, subidas nos cargos abaixo da diretoria executiva do banco. Na última sexta-feira, o Bradesco anunciou a saída de Denise Pavarina da diretoria de Relações com Investidor­es. Informou ainda que a executiva deixou o cargo por motivos pessoais e que o vice-presidente André Cano acumularia o cargo. Denise foi primeira mulher a ocupar cargo na diretoria executiva do banco.

Além dela, outra baixa na diretoria foi a de Aurélio Guido Pagani, segundo fonte. O Bradesco, que anuncia seus resultados anuais de 2018 em 31 de janeiro, soma R$ 1,357 trilhão em ativos totais e uma carteira de crédito de mais de R$ 520 bilhões. Procurado, o banco não comentou.

“O ano de 2019 será um ponto de partida para melhora do indicador (retorno), e não de chegada.”

Octavio de Lazari PRESIDENTE DO BRADESCO

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO-5/2/2018 Meta. Lazari, presidente, quer mais rentabilid­ade em 2019

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