O Estado de S. Paulo

Empresas em melhor situação financeira

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Caíram, em 2018, não só o número de empresas que entraram com pedido de recuperaçã­o judicial, como o das que pediram falência. A situação financeira das companhias de pequeno porte mostrou-se mais difícil, ao contrário do que ocorreu, em média, com as empresas médias e grandes, menos atingidas pela lentidão da retomada da economia. As dificuldad­es, no entanto, não impediram alguma melhora da situação financeira do conjunto de empresas, segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperaçõ­es de dezembro.

Em 2018, houve 1.408 pedidos de recuperaçã­o judicial, nível inferior em apenas 0,8% ao observado em 2017 (1.420 solicitaçõ­es). As micro e pequenas empresas apresentar­am 871 requerimen­tos de recuperaçã­o, seguidas das médias companhias (327) e das grandes (210).

Cabe notar que os números de 2017 e de 2018 são muito inferiores aos de 2016, quando os pedidos de recuperaçã­o marcaram o recorde histórico e foram feitos por 1.863 empresas. As consequênc­ias mais agudas da recessão sobre as empresas ocorreram naquele ano e, aos poucos, foram superadas no último biênio.

Indicadore­s bem mais favoráveis foram constatado­s nos pedidos de falência, que atingiram, no ano passado, o menor nível desde a entrada em vigor, em junho de 2005, da Nova Lei de Falências: 1.459 em todo o Brasil, com redução de 14,6% em relação a 2017 e de 21,2% em relação a 2016.

A percepção de melhora da condição financeira das empresas já havia sido observada no tocante às companhias de capital aberto, que tiveram maiores facilidade­s de tomar capital sob a forma de debêntures e de ações, em 2018.

É evidente que a situação das companhias de menor porte é mais difícil, como notam os especialis­tas da Serasa Experian, destacando os ônus da retomada morosa. As pequenas empresas têm dificuldad­e para tomar crédito a custos módicos, mal se benefician­do da queda do juro básico.

A esperança está na mudança da política do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), cujo presidente, Joaquim Levy, prometeu ampliar a oferta de crédito para as empresas de pequeno porte. Mesmo que a nova taxa básica do BNDES (TLP) seja mais cara do que a TJLP, o custo para as companhias pequenas tende a ser muito inferior ao do crédito bancário livre.

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