Hopi Hari depois da reabertura: nós testamos
Assumo: só fui ao Hopi Hari porque uma amiga nos deu ingressos de presente. É um parque com histórico problemático, você sabe. Teve acidente com morte de uma adolescente em 2012. Entrou em crise, fechou as portas, reabriu. No passado, sobravam relatos de funcionários impacientes e um ambiente não exatamente gostoso. Enfim, nada que servisse de incentivo a ir até Vinhedo (72 km de São Paulo) e pagar R$ 109,90 do ingresso individual (R$ 199,90 para duas pessoas, R$ 349,90 para cinco mais estacionamento).
Eu nunca tinha ido, e aceitei o presente prometendo a mim mesma ressalvas em nome da segurança do meu filho. Brinquedos altos ou rápidos seriam avaliados caso a caso.
Veja as impressões de nossa visita, em um domingo de outubro passado – nossa turminha era composta por três mães, uma criança de 7 anos, uma de 6 e dois bebês de 1 ano e meio.
A chegada. Na Rodovia dos Bandeirantes, a sinalização para a entrada do parque é correta. Na Rua
Hopi Hari a coisa fica chatinha. Em vez de indicar claramente o estacionamento, as placas estampam “paradero”, o termo em “hopês”, idioma do parque. O tal do “hopês” é uma ideia que deu errado e deveria ter sido abandonada – apesar da obviedade, você não vai fazer a ligação entre as palavras num carro cheio de crianças ansiosas. A sinalização de saída do estacionamento e acesso à rodovia é péssima. Guarde bateria do celular para pedir ajuda a um aplicativo de mapas nesse momento, ou você se verá a caminho de Campinas, mas querendo ir para São Paulo, e vice versa.
A estrutura. Dividido em cinco áreas, o parque está bonito e bem cuidado. A rua principal, mesmo sem ser um Magic Kingdom, causou bom efeito, com cenografia caprichada e a roda-gigante de 44 metros de altura Giranda Mundi como centro das atenções. Há um bom número de pontos de venda de comidinhas para petiscar, como cachorro-quente, pizza, doces e sorvetes. A praça de alimentação principal, batizada de Sala de Justiça, tem refeições mais variadas. Como não sabíamos o que esperar, levamos um piquenique para as crianças (é permitido).
O porém é que o Hopi Hari foi construído
MUDANÇAS ••• É nítido o esforço para oferecer uma boa experiência
em uma área com índice de chuvas baixíssimo. Ótimo, mas ninguém pensou em sombra. Perto da entrada da Liga da Justiça há uma praça arborizada, e é só ali que você encontra sombra para alimentar as crianças. No restante do parque, com sol a pino, a maioria dos bancos está tão quente que não dá para sentar. O cuidado com o parque ficou mais preguiçoso no fim do dia, quando havia bastante lixo pelo chão e os banheiros estavam miseráveis.
Os brinquedos. La Tour Eiffel é a atração onde aconteceu o acidente fatal. Está fechada, e há informações de que vem sendo reformada, mas ainda sem previsão de reabertura.
Os brinquedos mais radicais exigem altura mínima de 1,40 m. Katapul (a montanha-russa do Superman), o chapéumexicano Trukes di Pinguim e a montanha-russa de madeira Montezum estão nessa categoria, para frustração do meu filho. Com 1,27 m, ele pôde se divertir no barco viking Vulaviking, na montanha-russa Bat Hatari, no rafting no Rio Bravo, no touro mecânico e no carrinho de bate-bate Dismonti. O barquinho Spleshi tem a fila mais lenta que já experimentamos na vida. Sabe fila que não anda? Desistimos. Com os bebês, curtimos os brinquedos suaves da área Infantasia.
Vale a pena? Os adultos passam alguns desconfortos, mas as crianças, definitivamente, se divertem. O parque tem muito a aprimorar, mas inspirou confiança. É nítido o esforço de todos para proporcionar uma boa experiência – os tempos de funcionários grosseiros ficaram para trás. Outra postura interessante foi que alguns brinquedos interrompiam seu funcionamento para manutenção enquanto esperávamos na fila; dava para notar que a preocupação com qualquer chance de defeito era gigantesca. Melhor assim. Funciona de quinta-feira a domingo; hopihari.com.br.