Manifestantes voltam às ruas da França pela 13ª vez
Uma pessoa ficou ferida e 17 manifestantes foram presos durante os protestos, segundo informações da polícia
Os “coletes amarelos” retomaram ontem os protestos em toda França. Esta é a 13.ª manifestação desde o início do movimento, agora enfraquecido depois de três meses nas ruas. Um manifestante perdeu quatro dedos da mão em um incidente durante a marcha.
Ele foi retirado pelos bombeiros com o braço protegido. Em imagens divulgadas pela emissora russa RT, médicos que acompanhavam a marcha falaram de uma mão arrancada, mas a polícia esclareceu que o manifestante perdeu os dedos.
Segundo Cyprien Royer, de 21 anos, uma testemunha que filmou o fim do acidente, o manifestante foi atingido por uma granada de dispersão, usada pela polícia quando a multidão se aproximava da entrada da Assembleia Nacional. Os manifestantes queimaram veículos, motos, cestos de lixo no caminho até o monumento Invalides. A polícia usou gás lacrimogêneo e golpe de bastão contra os manifestantes.
Enfraquecido. Nos últimos dois sábados, a presença de manifestantes foi menor. Segundo o Ministério do Interior francês, 58,6 mil pessoas se mobilizaram no dia 2. O movimento rejeita o número e fala em 116 mil.
Em Paris, centenas de pessoas se dirigiram ontem à Avenida Champs Elysées, de onde seguiriam até a Torre Eiffel. “Não podemos nos render. Temos de ganhar para ter mais justiça social e fiscal neste país”, disse Serge Mairesse, um aposentado de Aubervilliers, região próxima a Paris, que carregava um cartaz reivindicando o restabelecimento do imposto sobre fortunas. Essa taxa foi substancialmente reduzida pelo presidente francês, Emmanuel Macron. “Este movimento expressa a autêntica raiva social neste país, as pessoas que nunca são ouvidas”, afirmou o homem de 63 anos, que participa de sua 11.ª manifestação desde o começo da onda de protestos, em novembro.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a polícia e os ativistas acusavam os agentes de terem usado balas de borracha contra a multidão, deixando vários feridos. A polícia informou que ao menos 17 pessoas foram presas.
O movimento está provocando um conflito diplomático entre França e Itália, depois que Luigi Di Magio, líder do Movimento 5 Estrelas e número 2 do governo italiano, reuniu-se na terça-feira com Christophe Chalençon, um dos líderes dos “coletes amarelos”.