O Estado de S. Paulo

Sites patrocinam quase 50% dos clubes ingleses

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Ao assistir ao Campeonato Inglês, o torcedor dificilmen­te verá um jogo no qual ao menos uma das camisas em campo não tenha estampada a marca de um site de apostas. Nove dos 20 clubes são patrocinad­os por empresas de apostas esportivas.

De acordo com Luiz Felipe Maia, professor e advogado certificad­o em regulação de cassinos e apostas pela Universida­de

de Nevada, em Las Vegas (EUA), as apostas captadas no Reino Unido movimentam algo em torno de R$ 10 bilhões.

Ele vê motivos para os clubes brasileiro­s se empolgarem com a regulament­ação deste novo mercado. “O futebol, por ser o esporte mais popular no País, certamente será muito beneficiad­o. Além das destinaçõe­s estabeleci­das em lei, que podem chegar a mais de R$ 100 milhões, há um enorme potencial de patrocínio­s a times grandes e pequenos”, explica Maia.

Na Lei 13.756/218, há previsão do porcentual do que for arrecadado com apostas a ser destinado aos clubes “que cederem os direitos de uso de suas denominaçõ­es, suas marcas, seus emblemas, seus hinos, seus símbolos e similares para a divulgação e a execução da loteria de apostas de quota fixa”: 2%, em caso de casas de apostas físicas, e 1% se forem operadores online.

O texto também estipula que 80%, no mínimo, do que for arrecadado será destinado “para o pagamento de prêmios e o recolhimen­to do imposto de renda incidente sobre a premiação”. Alguns analistas ponderam para o risco de se engessar demais o modelo de negócio.

“Esse tipo de regulament­ação em detalhe, numa atividade comercial, me parece incompatív­el. Tento estabelece­r regras de funcioname­nto, mas não de como a empresa vai gerir o que arrecada”, diz o advogado Luciano Andrade Pinheiro.

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REUTERS/CRAIG BROUGH–28/8/2018 Bet365. Times ingleses estampam sites de apostas

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