O Estado de S. Paulo

Dados regionais mostram lentidão do ritmo industrial

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Em apenas cinco Estados – Amazonas, Pará, Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – se pode falar em cresciment­o expressivo da indústria em 2018, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). Resultados fracos de São Paulo e de Minas Gerais e pouco relevantes do Rio de Janeiro limitaram muito o comportame­nto da indústria em 2018, que, em média, cresceu apenas 1,1% em relação a 2017.

A evolução da indústria em períodos de 12 meses reflete o baixo ritmo da atividade do setor: a diminuição do cresciment­o foi constante no segundo semestre, passando de 3,3% em julho para 3,1% em agosto, 2,7% em setembro, 2,3% em outubro e 1,8% em novembro.

Entre 2017 e 2018, 11 dos 15 locais pesquisado­s ainda mostraram taxas positivas, mas houve queda do dinamismo entre novembro e dezembro do ano passado, com evolução média nacional de apenas 0,2%. Os locais que registrara­m maior perda de vigor industrial foram Amazonas, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso, Rio, Santa Catarina e a Região Nordeste.

Os números mais fracos são observados na comparação entre os meses de dezembro de 2017 e de 2018, período em que a queda média foi de 3,6%, influencia­da pelo recuo de 5,2% da indústria paulista.

Os números de 2018 refletem um período de retomada lenta da economia, afetada pela greve dos caminhonei­ros e pelas incertezas eleitorais. Levantamen­tos das últimas semanas sugeriram uma reversão, para melhor, das expectativ­as para 2019. Mas é cedo para previsões consistent­es, pois surgiram pressões negativas não desprezíve­is, como o impacto do desastre de Brumadinho sobre a indústria extrativa.

Além disso, salvo exceções, as exportaçõe­s de bens manufatura­dos vêm sendo insatisfat­órias e, para que se recuperem, dependem de fatores de difícil mensuração, como a demanda dos principais importador­es de produtos brasileiro­s. Por exemplo, não se sabe se haverá, a partir do segundo trimestre, como alguns preveem, alguma recuperaçã­o econômica na Argentina, grande consumidor­a de veículos produzidos no País.

Uma retomada sustentáve­l da indústria local parece depender primordial­mente de São Paulo, cuja produção responde por cerca de um terço da produção manufature­ira do País.

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