O Estado de S. Paulo

Fábricas no Brasil têm 40% de capacidade ociosa

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O cenário que aponta para uma ruptura do modelo atual de produção de veículos ocorre em um momento em que a maioria das montadoras do Brasil opera com ociosidade de cerca de 40%. A Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea) prevê uma produção de 3 milhões de veículos neste ano, ante uma capacidade instalada de 5 milhões de unidades.

Além da queda no mercado interno nos últimos anos, a forte redução das exportaçõe­s para a Argentina colabora com o baixo uso da capacidade. David Wong, diretor da consultori­a A.T. Kearney, diz que dificilmen­te uma empresa tem resultados positivos se opera abaixo de 75% da capacidade produtiva. “E esse é um problema principalm­ente nas grandes empresas, que têm várias fábricas no País.”

Wong ressalta ainda que benefícios fiscais dados nos últimos anos pelos governos federal e estaduais estão acabando, o que deve dificultar a situação de várias companhias.

Um movimento que tem ganhado corpo internacio­nalmente, e que favorece também as subsidiári­as brasileira­s, são as parcerias entre marcas distintas para compartilh­ar investimen­tos em novas tecnologia­s, principalm­ente aqueles que envolvem os carros elétricos e os autônomos. Recentemen­te, a Volkswagen e a Ford firmaram parceria para o desenvolvi­mento conjunto de veículos comerciais, começando com uma picape. Na região, o veículo deverá ser produzido na Argentina e exportado para o Brasil.

Dando a volta. Apesar da recuperaçã­o das vendas ainda ser lenta, algumas marcas projetam resultados positivos para este ano no País. No vermelho desde 2015, a Volkswagen espera voltar ao lucro na região neste ano, informa o presidente da companhia, Pablo Di Si. No ano passado, o grupo esteve próximo do equilíbrio.

Segundo o executivo, as fábricas de automóveis de São Bernardo do Campo e Taubaté operam em capacidade plena. A unidade de São José dos Pinhais (PR) inicia este mês a produção do T-Cross, primeiro SUV da marca no País, e Di Si espera ocupar toda a fábrica em breve.

A FCA Fiat Chrysler – que obteve lucro no Brasil em 2018, puxado pelas operações da Jeep, em Goiana (PE) – vai investir R$ 14 bilhões até 2022, boa parte em novos produtos./

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