O Estado de S. Paulo

Tuca Mei aposta no pop com um quê de bossa nova

Cantora carioca de 23 anos começou a carreira no ano passado e já lançou seu primeiro EP, ‘Olhos Atentos’

- Pedro Rocha

A cantora carioca Tuca Mei, de apenas 23 anos, não abandonou o clássico na hora de preparar o primeiro trabalho, o EP Olhos Atentos, já disponível nas plataforma­s digitais. “Tenho uma base clássica, aprendi a tocar piano com bossa nova. Por estudar improvisaç­ão, aprendi muito de jazz.”

A música brasileira está na raiz do seu trabalho. Com sua família espalhada por todo o País, Tuca cresceu ouvindo de tudo. “Sempre tive influência­s diversas e muito ecléticas. Nunca escutei música de forma homogênea.” As influência­s do mercado fonográfic­o internacio­nal também estão presentes em suas composiçõe­s. “Gosto muito do pop, acho o ecletismo da Lana Del Rey atemporal e a Lady Gaga uma artista completa.”

É perceptíve­l a mistura em seu trabalho. As composiçõe­s, muitas sobre relacionam­entos, trazem uma melancolia que lembra o trabalho de Del Rey, com notas de bossa nova ao piano ou violão, como na canção O Que Será, uma das cinco lançadas no EP.

“Todas as músicas são histórias minhas de vida, de relacionam­entos, diferentes fases”, a explica. “São situações que vivi, sem nenhuma máscara. Por isso, o EP se chama Olhos Atentos, por olhar com atenção para as emoções, as sensações, por vezes imperceptí­veis.” Segundo ela, Olhos Atentos é, também, o significad­o do seu apelido, Tuca, que a acompanha desde a infância, numa língua indígena.

Tuca foi uma criança voltada às artes. Fazia dança, pintura, desenhos. Começou a aprender a tocar piano clássico com 8 anos. Fez aulas de improvisaç­ão, o que a levou a ser autodidata na aprendizag­em de violão. Começou a compor com 14 anos, e aos poucos foi adicionand­o sua voz às canções. Sua musicalida­de, porém, segundo ela, ficou totalmente restrita às rodinhas de violão com amigos.

Em 2018, porém, ao encontrar um amigo saxofonist­a, decidiu gravar algumas de suas composiçõe­s de forma independen­te. “Era apenas para tê-las gravadas, sentir o potencial.” O resultado, porém, foi outro. “No processo, descobri algo que me fazia vibrar, queria fazer mais, produzir mais.” Tuca continua compondo e diz que gravar novas músicas está nos seus planos.

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GUSTAVO KASSAMBA Inspiração. Músicas são inspiradas nas vivências de Tuca

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