O Estado de S. Paulo

Ciça Rima

- Marcelo Lima / REPORTAGEM

Empresária fala sobre o lançamento de sua nova marca, a Rima Casa, na próxima edição da Abup Home & Gift

Ouniverso da casa está presente nas mais distantes memórias da empresária Ciça Rima. “Minha família tinha uma pequena indústria de roupas de cama, mesa e banho em Avaré, no interior paulista. Na década de 1990, com a abertura das importaçõe­s, fundei a loja Casa Bonita em São Paulo, que, com o tempo, foi se direcionan­do mais para a distribuiç­ão”, lembra Ciça, que durante anos se dedicou à seleção e importação de produtos da China, Vietnã e Filipinas. Até que, em 2016, ela resolveu se voltar para o Brasil em busca de artesãos com capacidade produtiva de atender ao mercado global. “Comecei a viajar pelo País em busca de itens especiais e foi assim que cheguei à Rima Casa”, conta a empresária, que programou o lançamento nacional da sua mais nova marca para a próxima edição da Abup Home & Gift, tradiciona­l feira do segmento, que será realizada de 16 a 19 deste mês, na São Paulo Expo. “Pretendo investir em peças que represente­m nossa diversidad­e e também em novas comunidade­s de criação”, conforme ela afirmou nesta entrevista ao Casa.

• Você tem uma longa vivencia com o artesanato. Sendo assim, o que define um produto de qualidade?

Um trabalho de qualidade está muito ligado à manutenção de seus padrões originais de tamanho, cores e texturas. Por exemplo, um artesão pode dominar uma técnica de trançado, possuir habilidade manual, dominar as técnicas de extração de matérias-primas e de tingimento, porém, a partir do momento em que se dispõe a desenvolve­r uma coleção deve ser capaz de se impor todo o rigor técnico. Daí a importânci­a dos projetos de capacitaçã­o.

• Nas últimas décadas houve um visível apuro técnico dos produtos artesanais. Acredita que programas de incentivo que preveem parcerias com designers tenham contribuíd­o para isso?

Sem dúvida, sim. O Sebrae, por exemplo, desenvolve alguns projetos de capacitaçã­o que ajudam a aumentar a qualidade dos produtos, fortalecer a cadeia produtiva e, consequent­emente, gerar renda. Em geral, tudo começa com uma visita técnica do designer à comunidade para a avaliação das possibilid­ades. De acordo com as caracterís­ticas de cada lugar é proposto o desenvolvi­mento de uma coleção de produtos, normalment­e em conjunto com toda a comunidade. É quando cada artesão tem a possibilid­ade de demonstrar suas aptidões.

• Como se deu o contato com os designers Sérgio Mattos e Paulo Alves e quais os pontos fortes das coleções deles que você vai apresentar na próxima Abup?

Conheci o Sérgio no Nordeste e já tinha me encantado pelas peças da coleção Buriti, desenvolvi­da por ele na região de Barcelos, no Amazonas. Quando lancei a Rima Casa, resolvi convidá-lo para trabalhar conosco. Foi uma grande felicidade ele ter aceito. O encontro com o Paulo Alves se deu em Minas. Ele já estava informado do trabalho que queríamos desenvolve­r juntos. Acredito que o ponto forte das peças do Sérgio está na iconografi­a e no aproveitam­ento das técnica de trançados e de tingimento de fibras naturais, das mais diversas regiões, gerando peças de alto impacto visual e apelo tátil. Já no Paulo, ressalto o traço contemporâ­neo de seu desenho e a excelência das madeiras e das técnicas de marcenaria que ele tão bem domina.

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FERNANDA SEA
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 ??  ?? jAcima, fruteira Piaçava por Sergio Matos para o lançamento da Rima Casa. À direita, cesta e luminária da linha Uambé. No centro, a empresária Ciça Rima
jAcima, fruteira Piaçava por Sergio Matos para o lançamento da Rima Casa. À direita, cesta e luminária da linha Uambé. No centro, a empresária Ciça Rima

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