O Estado de S. Paulo

Seminário discute os desafios da democracia

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O Estado e a Rede de Ação Política pela Sustentabi­lidade (Raps) realizam hoje, no Senado, em Brasília, o seminário Desafios da Democracia no Brasil: Inovação e Representa­ção num Mundo Hiperconec­tado. A polarizaçã­o política, a radicaliza­ção dos discursos e um ambiente virtual contaminad­o por informaçõe­s falsas serão alguns dos assuntos debatidos, bem como o direito à privacidad­e, a proteção de dados e a inteligênc­ia artificial.

Os debatedore­s serão a senadora Mara Gabrilli (PSDBSP), o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), o gerente de políticas públicas do Twitter no Brasil, Fernando Gallo, o cientista político Fernando Guarnieri e a diretora executiva da Raps, Mônica Sodré.

Para Tadeu Alencar, as redes sociais e a internet aumentaram a participaç­ão social e a difusão de informaçõe­s, e isso é positivo porque permite interação. Ele, no entanto, destacou a necessidad­e de soluções para evitar o mau uso. “A gente precisa se preparar para ter os antídotos a essas alterações dos fatos, fake news, que também se valem da própria plataforma para divulgar informaçõe­s falsas.”

Na avaliação de Fernando Gallo, do Twitter, rede social usada por políticos no Brasil e outros países, é importante tomar medidas para identifica­r conteúdos danosos e contas automatiza­das. “O Twitter é uma plataforma de liberdade de expressão, mas a gente quer também que as pessoas se sintam seguras para se comunicar dentro da rede”, disse ele, afirmando que a empresa investe em tecnologia para manter o ambiente saudável.

Para Mônica Sodré, um dos principais obstáculos é o acesso à tecnologia. A executiva da Raps questionou: “Como discutir participaç­ão popular e tecnologia no Brasil, em que parte significat­iva das pessoas está fora do ambiente digital?”

Fernando Guarnieri defendeu a formação de lideranças fortes para que as siglas organizem sua atuação parlamenta­r. “As oligarquia­s partidária­s têm de ter algum limite, mas o que os movimentos de renovação têm de refletir é até que ponto essa forma enrijecida de partido não é consequênc­ia justamente do jeito como funciona nossa democracia”, afirmou o cientista político.

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