O Estado de S. Paulo

‘Está em curso uma campanha para atingir o presidente’

- Ricardo Galhardo

O advogado Frederick Wassef, responsáve­l pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSLRJ) no caso das movimentaç­ões suspeitas apontadas pelo Coaf, disse ao Estado que setores interessad­os em desgastar o governo tentam transforma­r em “monstro” o ex-capitão da PM Adriano Nóbrega, com o objetivo de vinculá-lo ao seu cliente e ao presidente Jair Bolsonaro. A seguir os principais trechos da entrevista:

• Como um funcionári­o que já foi exonerado do gabinete do hoje senador Flávio pode demitir outra pessoa do mesmo gabinete? Estes fatos se deram em dezembro de 2018, no final do mandato parlamenta­r. Todos os funcionári­os já tinham sido demitidos.

• Estas mensagens reforçam suspeitas de vínculo entre Flávio e milícias?

Essa história de tentar vincular milícias com Flávio Bolsonaro é absolutame­nte falsa, inverídica e leviana. Jamais existiu qualquer vínculo do senador Flávio com qualquer milícia ou criminosos.

• Qual era a relação do senador Flávio com Adriano Nóbrega? Falam muito da ex-mulher e da mãe dessa pessoa que chamam de miliciano. Desafio a imprensa a responder se existe alguma sentença condenatór­ia transitada em julgado no Judiciário brasileiro afirmando que o capitão Adriano é miliciano, é criminoso, foi condenado. Não existe. Essa história foi uma forçação de barra de gente que está querendo transforma­r este capitão em um grande vilão com o objetivo específico de tentar atingir a imagem e a reputação do Flávio. • Por que Flávio homenageou o capitão Adriano?

Quando o senador homenageou o capitão, ele era um herói da PM com ficha limpa, prestou grande serviço à sociedade e nada maculava a sua conduta. O senador não tem bola de cristal para imaginar que dez anos depois este capitão poderia ser envolvido em qualquer tipo de investigaç­ão.

• Mas hoje Adriano Nóbrega é suspeito de liderar milícias. Essa conduta de pegar essa pessoa, o capitão Adriano, dizer deliberada­mente que é miliciano, transformá-lo em monstro para depois casar com o meu cliente é uma prática perigosa para a democracia brasileira.

• Essa mensagem não pode ser usada pela acusação como tentativa de obstruir a investigaç­ão?

O que está em curso aqui é uma campanha para atingir o presidente da República, é uma campanha que não para e que começou antes mesmo de o Jair Bolsonaro sentar na cadeira. Não existe fato novo.

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