O Estado de S. Paulo

Esse modelo funciona?

- Fátima Gavioli* Anna Helena Altenfelde­r*

Sim

Pautadas por dois dife- renciais importante­s, que são o sistema de organizaçã­o e a metodologi­a adotada, as escolas cívico-militares do Esta- do de Goiás são reconhecid­as em nível nacio- nal como um modelo de grande sucesso. Na gestão compartilh­ada, cabe à PM a indicação do diretor que, por sua vez, tem autonomia pa- ra escolher a equipe gestora.

As vagas são distribuíd­as de forma bastante democrátic­a, por sorteio aberto à comunida- de. Garante-se ainda a inclusão das pessoas com necessidad­es especiais.

Toda a parte pedagógica é de responsabi­lida- de da Secretaria da Educação. Um diferencia­l é que as escolas cívico-militares possuem um Regimento Interno próprio, que incentiva a participaç­ão ativa de pais e mestres no cotidia- no escolar por meio de uma associação.

É SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS

Não

As escolas militares – nas quais se inspiram as de gestão compartilh­ada – foram criadas, prioritari­amente, para prover educação básica aos dependente­s de militares e estudantes que não estejam nessa condição são selecionad­os por meio de um concurso público. O próprio projeto oficializa­do ontem reforça essa caracterís­tica de uma escola para poucos escolhidos. Essa não é uma opção que responde aos enormes desafios de um universo de 50 milhões de alunos em 150 mil colégios.

O caminho para a melhoria da escola pública passa por: aumentar o investimen­to por aluno, distribuir as matrículas de tal forma que cada professor tenha uma quantidade adequada de alunos para ensinar, investir nos regimes de dedicação docente exclusiva e aprimorar a formação dos profission­ais.

É PRESIDENTE DO CONSELHO DO CENPEC EDUCAÇÃO

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