CEO do Grupo Itapemirim vira alvo de investigação
Opresidente da Viação Itapemirim, Hélio Siqueira, está prestes a virar alvo de investigação por conta de um contrato de seguro, que o colocará diante de questionamento envolvendo conflito de interesse. Isso porque, em abril deste ano, o executivo assinou um contrato de seguro de vida em grupo com a Metlife para as empresas da Itapemirim, utilizando como intermediária para a contratação a própria corretora de seguro, a Via União Consultoria e Corretora de Seguros. Membros da diretoria da empresa já estariam investigando o assunto. O executivo está à frente da companhia, que se encontra em processo de recuperação judicial, desde outubro do ano passado.
» No papel. Conforme certidão da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) obtida pela Coluna, Siqueira foi admitido como sócio em tal corretora dias antes de ser empossado presidente da Viação Itapemirim, mas se retirou da sociedade em julho deste ano, ou seja, depois de assinar o contrato com o Grupo Itapemirim. O executivo já havia sido alvo de reclamações por parte de credores. Procurado, o Grupo Itapemirim não comentou.
» Todos juntos. O banco gaúcho Agibank, que segue com planos de listar ações na Bolsa, está à procura de um novo sócio em seguros. Atualmente, quem responde pelo canal é a Too Seguros, do Banco Pan (ex-Panamericano), controlado pelo BTG Pactual e a Caixa Econômica Federal. O objetivo do banco, que nasceu como uma financeira em 1999, no Rio Grande do Sul, é vender o balcão para um novo player para explorar as mais diversas áreas de seguros como automóvel, vida, residencial, entre outros. Ao fim de junho, o Agibank somava 1,2 milhão de clientes. A estratégia vai em linha com a de outros bancos de rentabilizar o balcão de seguros e, de quebra, turbinar as receitas da sua corretora de seguros própria. Procurado, o Agibank confirmou que está à procura de novo sócio.
» Troca-troca. Vale lembrar que a Caixa também está negociando seu balcão de seguros, que tem a francesa CNP Assurances como sócia exclusiva. A CNP ficará com os ramos de seguro de vida, prestamista (atrelado a financiamentos) e previdência e tenta mais algum, mas terá de superar a concorrência do mercado. As conversas entre os sócios, abaladas pela maior crise diplomática que o Brasil já teve com a França, começam a andar.
» Time of Change. Os empregos no setor financeiro podem ser os mais afetados no curto prazo com a automação, segundo estudo realizado pela PwC. O levantamento aponta que 30% das vagas desse setor podem estar em risco até o fim da década de 2020. Já no longo prazo, o setor de transporte é o que deve sofrer os efeitos. Nesse caso, o estudo global aponta que 50% dos postos de trabalho podem ser automatizados até o meio da década de 2030.
» Contrassenso. Embora exista uma percepção generalizada de que estar em títulos públicos é um mal negócio atualmente, com a taxa Selic em franco movimento de queda, os números têm mostrado o contrário. No acumulado de 2019 até agosto, a rentabilidade do IMA-B, carteira teórica composta por NTN-B e títulos do Tesouro remunerados pelo IPCA, foi de 16,22%, superando os 15% do Ibovespa, conforme estudo da Nova Futura. Se o cenário econômico brasileiro continuar sustentando a tendência de Selic em baixa, é provável que esse comportamento positivo dos títulos públicos se mantenha. Os maiores riscos vêm do exterior, já que a guerra comercial entre Estados Unidos e China e possível redução do juro americano afetam as expectativas para a Selic no Brasil.
» Líquido e certo. A B3 acaba de abrir um novo programa para seleção de formador de mercado, como é chamado o agente que garante liquidez de ativos negociados na Bolsa. Maior do que a edição do ano passado, desta vez 89 ações, 15 fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) e todos os BDRs, os recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no mercado brasileiro (200), contarão com a presença do formador de mercado.
» Petit comité. Representantes dos bancos de fomento da América Latina se reunirão, pela primeira vez, em encontro marcado na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte, daqui a duas semanas. O objetivo do encontro, que contará com a presença de economistas-chefes das instituições, é a troca de experiência sobre novas formas de captação desses bancos, em um momento em que os recursos vindos dos governos estão a cada dia mais minguados.