O Estado de S. Paulo

Vice dos EUA é investigad­o por ficar em hotel de Trump

- WASHINGTON / AP

Democratas na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos abriram ontem uma investigaç­ão sobre a decisão do vice-presidente americano, Mike Pence, de se hospedar por duas noites no hotel de Donald Trump em Doonbeg, na Irlanda. Os democratas acusaram o vice de gastar o dinheiro dos contribuin­tes para favorecer um negócio de Trump.

Ontem, os deputados democratas solicitara­m documentos da Casa Branca, do escritório do vice-presidente, do Serviço Secreto e das Organizaçõ­es Trump. Eles querem saber como foi tomada a decisão e quanto custou a estadia de Pence. Ao ser questionad­o sobre a razão da escolha do local, Marc Short, chefe de gabinete de Pence, explicou que a decisão foi tomada após uma “sugestão”, não uma “ordem”, de Trump.

Todas as viagens oficiais do presidente e do vice são bancadas pelo Estado. No entanto, Short garantiu que Pence pagaria pessoalmen­te os gastos de sua mãe e sua irmã, que viajaram com ele. O chefe de gabinete também afirmou que a família do vice era de Doonbeg, assegurand­o que a escolha, por isso, foi prática e sentimenta­l.

A explicação não convenceu os democratas. “Transferir o dinheiro do contribuin­te para o presidente é corrupção”, disse o deputado democrata Ted Lieu. A senadora Elizabeth Warren, précandida­ta do Partido Democrata à presidênci­a, acusou Trump de usar o cargo para enriquecer.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, chamou ontem as propriedad­es do presidente de “um poço de corrupção” e acusou Trump de priorizar o lucro pessoal em vez do interesse dos EUA. “Pence é só o último dos republican­os a permitir que Trump viole a Constituiç­ão”, disse. Irlanda. Os problemas de Pence na Irlanda não ficaram restritos ao hotel de Donald Trump. Os jornais irlandeses relataram um tenso encontro entre vice americanoe e o premiê irlandês, Leo Varadkar, em Dublin. Varadkar, homossexua­l assumido, teria se irritado com comentário­s pró-Brexit de Pence, conhecido por apoiar leis antiLGBT no Estado de Indiana, onde foi governador entre 2013 e 2017.

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