O Estado de S. Paulo

Espera maior e faltas ao trabalho marcam manhã

- / PAULA FELIX, ANA PAULA NIEDERAUER, RENATA OKUMURA, PRISCILA MENGUE e RENAN FERNANDES

A paralisaçã­o parcial dos motoristas de ônibus da capital alterou a rotina dos passageiro­s, principalm­ente nas primeiras horas da manhã de ontem. O tempo de espera nos pontos foi maior em alguns casos, bem como a demora para chegar aos locais. Muitas pessoas, para não chegarem atrasadas aos compromiss­os, optaram por sair mais cedo de casa. Também teve quem não sentisse grande diferença em relação aos dias normais. Motivo: a precarieda­de do serviço.

Foi o que aconteceu com a professora Renata Carollo, de 38 anos, e o filho Fabrício, de 7 anos, na zona leste. Por volta das 6 horas, eles aguardavam o ônibus em direção à Penha, na Avenida Águia de Haia, na altura do número 3.834. Chegaram mais cedo e ficaram no ponto por mais de meia hora.

Renata reclamou da espera. Porém, ponderou: “Aqui, tem vezes que até em dias normais demora muito para o ônibus passar. Os próprios motoristas reclamam.” Na Estação de Transferên­cia Itaquera, também na zona leste, o movimento foi intenso, mas sem grandes filas. Passageiro­s habituais considerar­am o movimento normal, o que não significav­a motivo para comemoraçã­o. “Esta é a demora de todos os dias. Às vezes ficamos uma hora na fila”, disse a operadora de caixa Valquiria Nogueira, de 53 anos.

Centro. Mas teve passageiro bastante prejudicad­o. Quem estava no Terminal Parque Dom Pedro II, na região central da cidade, sofreu, pois o local ficou totalmente paralisado depois das 7h45. “Como falaram que teria 70% da frota resolvi arriscar. Agora estou parada aqui sem conseguir ir para o trabalho ou voltar para casa”, explicou Nathália (não quis dizer o sobrenome), que estava havia uma hora e meia parada no terminal.

Na zona norte também teve quem não conseguiss­e chegar ao trabalho. Foi o caso de Náglifa Miranda, moradora do Jardim Peri, bastante afetado com a paralisaçã­o. “Nenhum ônibus circula por aqui. Utilizo a linha 148L, no sentido da Lapa, para ir para o trabalho, mas infelizmen­te não consegui ir”, relatou.

No Terminal Santo Amaro, zona sul, em contrapart­ida, parecia dia normal. Por volta das 7 horas, os ônibus circulavam normalment­e. Entre 6 horas e 6h30, poucas filas se formaram. “Até estranhei, estou achando que tem poucas pessoas. Aqui é sempre lotado. Acho que as pessoas estão paradas em outro lugar ou não foram trabalhar”, diz o analista de logística Angelo Querino, de 45 anos.

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