Espera maior e faltas ao trabalho marcam manhã
A paralisação parcial dos motoristas de ônibus da capital alterou a rotina dos passageiros, principalmente nas primeiras horas da manhã de ontem. O tempo de espera nos pontos foi maior em alguns casos, bem como a demora para chegar aos locais. Muitas pessoas, para não chegarem atrasadas aos compromissos, optaram por sair mais cedo de casa. Também teve quem não sentisse grande diferença em relação aos dias normais. Motivo: a precariedade do serviço.
Foi o que aconteceu com a professora Renata Carollo, de 38 anos, e o filho Fabrício, de 7 anos, na zona leste. Por volta das 6 horas, eles aguardavam o ônibus em direção à Penha, na Avenida Águia de Haia, na altura do número 3.834. Chegaram mais cedo e ficaram no ponto por mais de meia hora.
Renata reclamou da espera. Porém, ponderou: “Aqui, tem vezes que até em dias normais demora muito para o ônibus passar. Os próprios motoristas reclamam.” Na Estação de Transferência Itaquera, também na zona leste, o movimento foi intenso, mas sem grandes filas. Passageiros habituais consideraram o movimento normal, o que não significava motivo para comemoração. “Esta é a demora de todos os dias. Às vezes ficamos uma hora na fila”, disse a operadora de caixa Valquiria Nogueira, de 53 anos.
Centro. Mas teve passageiro bastante prejudicado. Quem estava no Terminal Parque Dom Pedro II, na região central da cidade, sofreu, pois o local ficou totalmente paralisado depois das 7h45. “Como falaram que teria 70% da frota resolvi arriscar. Agora estou parada aqui sem conseguir ir para o trabalho ou voltar para casa”, explicou Nathália (não quis dizer o sobrenome), que estava havia uma hora e meia parada no terminal.
Na zona norte também teve quem não conseguisse chegar ao trabalho. Foi o caso de Náglifa Miranda, moradora do Jardim Peri, bastante afetado com a paralisação. “Nenhum ônibus circula por aqui. Utilizo a linha 148L, no sentido da Lapa, para ir para o trabalho, mas infelizmente não consegui ir”, relatou.
No Terminal Santo Amaro, zona sul, em contrapartida, parecia dia normal. Por volta das 7 horas, os ônibus circulavam normalmente. Entre 6 horas e 6h30, poucas filas se formaram. “Até estranhei, estou achando que tem poucas pessoas. Aqui é sempre lotado. Acho que as pessoas estão paradas em outro lugar ou não foram trabalhar”, diz o analista de logística Angelo Querino, de 45 anos.