O Estado de S. Paulo

2 PERGUNTAS PARA...

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João Marcelo Borges, diretor da ONG Todos Pela Educação

1. Como o sr. avalia a transferên­cia do salário educação?

A parte federal do salário educação financia em grande medida programas essenciais para a educação básica brasileira, como o PNAE, de alimentaçã­o, que é o mais antigo e o maior programa de alimentaçã­o escolar do mundo. Vemos isso de duas maneiras. Não pode acabar com essas programas porque são fundamenta­is para a educação brasileira. As leis e regras que regulam esses programas precisam continuar existindo. Por outro lado, os mecanismos de repasse financeiro para os municípios e os Estados podem, sim, ser mais eficientes, com transferên­cias mais automática­s.

2. Entre esses programas, tem algum que seria prejudicad­o com a descentral­ização?

O grande programa que a gente não vê benefício na alocação subnaciona­l dos recursos federais é o Programa Nacional de Livro Didático, porque hoje a compra é feita nacionalme­nte por Brasília. Com isso, o MEC ganha em escala. Se os recursos forem distribuíd­os para que cada Estado e município faça a própria conta, esse ganho de eficiência de escala seria perdido. No caso do livro didático, a cota parte do salário educação que financia o programa e não pode ser alterada agora. Do contrário se torna mais ineficient­e. Os livros vão ficar mais caros.

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