O Estado de S. Paulo

Bivar pede ajuda de Flávio para derrubar CPI da Lava Toga

Senador é o único da bancada do PSL na Casa que desaprova comissão; Eduardo vai armado a hospital visitar Bolsonaro

- / D.W., BRENO PIRES e JULIA LINDER

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu do presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), pedido para entrar na articulaçã­o contra a criação da CPI da Lava Toga – para investigar o chamado “ativismo judicial” em tribunais superiores. Filho “01” do presidente Jair Bolsonaro, Flávio é o único dos quatro senadores do PSL que não assinou a petição pela abertura da comissão. A CPI é vista com potencial para afetar a relação entre os três Poderes.

A articulaçã­o para enterrar a CPI é liderada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que classifico­u a tentativa de criação da comissão como inconstitu­cional. “Se há entendimen­to de que a comissão não pode investigar decisão judicial, como vou passar por cima disso?”, questionou.

Bivar disse ter pedido aos senadores que reconsider­assem o posicionam­ento porque viu na proposta “uma afronta ao Poder Judiciário”. Os senadores Major Olímpio (SP) e Soraya Thronicke (MS) afirmaram que não vão mudar de posição e negaram ter sido procurados por Flávio. Juíza Selma (PSL-MT) não quis se manifestar.

Arma. Filho “03” do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi fotografad­o ontem com uma arma na cintura ao lado do leito do pai, que se recupera da quarta cirurgia no abdome por causa da facada que tomou ainda na campanha eleitoral, em setembro passado. Pelo Twitter, Eduardo agradeceu a equipe médica que realizou o procedimen­to para retirada de uma hérnia incisional e aos que “enviaram energias positivas.”

Ontem, Bolsonaro caminhou duas vezes pelo corredor do hospital. No início da tarde, recebeu também a visita do presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão. Os dois conversara­m a sós durante 10 a 15 minutos, quando um médico interrompe­u a conversa – a orientação médica é que Bolsonaro não fale muito.

Carlos. Também pelo Twitter, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), outro filho do presidente, provocou nova polêmica ao sustentar que “por vias democrátic­as a transforma­ção que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer”. Após repercussã­o, Carlos voltou ao Twitter: “Agora virei ditador?”, questionou.

No Palácio do Planalto, dois auxiliares do presidente minimizara­m as afirmações. Um ministro, no entanto, chegou a afirmar que a postagem é uma “maluquice”. Nos bastidores do governo há preocupaçã­o com interpreta­ções que mensagens assim podem passar no momento em que Bolsonaro tenta recuperar popularida­de. Amigos do presidente dizem que Carlos nunca publica nada nas redes sem Bolsonaro saber.

“Por vias democrátic­as a transforma­ção que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer.”

“Agora virei ditador?” Carlos Bolsonaro

VEREADOR (PSC-RJ)

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INSTAGRAM/EDUARDOBOL­SONARO SP. Eduardo, com arma na cintura, visita o pai no hospital

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