O Estado de S. Paulo

Caça sueco Gripen é entregue à FAB e inicia fase de testes

Modelo é o primeiro de um lote de 36 aeronaves que serão entregues ao País até 2026; contrato é de R$ 16,8 bilhões

- Roberto Godoy

O novo caça da FAB, o Gripen E/F, será entregue hoje de manhã em Linköping, na Suécia, para iniciar a fase mais difícil do projeto – durante os próximos anos, vai passar por duros testes de voo destinados a provar que o jato é capaz de realizar todas as missões de combate para as quais foi designado pela aviação militar. O evento é solene, com a presença de representa­ntes dos governos brasileiro e sueco, executivos das empresas envolvidas e pessoal técnico.

O jato 4100 é o primeiro de um lote de 36 unidades que será recebido até 2026. O contrato, no valor de 39,3 bilhões de coroas suecas, bate em R$ 16,8 bilhões, cobrindo aeronaves, transferên­cia de tecnologia e adequação industrial. A versão F, de dois lugares, passou a ser um programa próprio, desenvolvi­do em conjunto pela sueca Saab e as brasileira­s Embraer Defesa e Segurança (EDS), Ael Sistemas, Akaer e Atech.

Há 150 engenheiro­s no projeto do caça biposto, a maior parte deles no Centro de Projetos e Desenvolvi­mento do Gripen no núcleo industrial da EDS em Gavião Peixoto, na região de Araraquara (SP). O efetivo pode chegar a 400 especialis­tas.

A primeira meta do consórcio é criar uma aeronave a ser empregada no treinament­o dos oficiais que assumirão os esquadrões equipados com os Gripen. Vai servir também para missões de ataque qualificad­o, de alta complexida­de, que exigem, além do piloto, um artilheiro a bordo. O segundo objetivo é de médio prazo e é mais ambicioso, admitiu ontem um ex-integrante do programa, para quem “o gol a ser marcado é adquirir capacidade para projetar e construir no País aviões dessa classe”.

A previsão é de que a convivênci­a da Força Aérea com o Gripen E/F se estenda além de 2060. Há planos para encomendas suplementa­res nos próximos anos até um total de 108 unidades – que seriam fabricadas no Brasil. O Gripen E/F talvez seja o último jato de superiorid­ade aérea que a Força Aérea compra de fornecedor externo.

Das 36 aeronaves, 23 vão ser integradas parcialmen­te em Gavião Peixoto. O cronograma prevê que outros 13 jatos sejam totalmente produzidos em Linköping, com acompanham­ento brasileiro. Depois, oito unidades, em parte saídas da linha de montagem sueca, serão terminadas nas instalaçõe­s da EDS.

Os últimos 15 supersônic­os serão integralme­nte construído­s pelo consórcio. Uma das principais alterações determinad­as pelo Comando da Aeronáutic­a nos originais é o WAD, uma tela grande no painel que oferece acesso fácil às informaçõe­s durante as operações. Era exclusivo da versão brasileira. Os suecos gostaram. Vão incorporar aos 60 caças Gripen E/F que encomendar­am da Saab.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil