Dois anos após oferta do Itaú, XP retoma plano de IPO
AXP Investimentos deu o pontapé para abrir seu capital, um pouco mais de dois anos depois de o ter interrompido diante da oferta multibilionária do Itaú Unibanco, que possui hoje 49,9% da companhia comandada por Guilherme Benchimol (foto). A ideia, desta vez, é realizar a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, para aproveitar os múltiplos que têm sido observados nas ofertas de empresas de tecnologia por lá. A decisão, contudo, ainda não foi tomada. Se for essa a escolha, um dos caminhos aventados seria a emissão local de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) para deixar parte da liquidez no mercado brasileiro. Tal passo depende, porém, de uma mudança pontual na regra pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já vem debruçada sobre esse assunto, depois de algumas empresas do setor de tecnologia terem optado em abrir o capital fora do Brasil.
» Em casa. Neste momento, os bancos de investimento começam as apresentações com a XP, em um processo que antecede a seleção dos assessores da oferta. A expectativa é a de que a XP lidere a própria oferta uma vez que tem coordenado ofertas de ações e mantido o foco no varejo. A XP não comentou.
» Pedra no caminho. Uma alteração nas regras de BDRs seria necessária para a XP seguir com o IPO lá, mas com os pés aqui. Isso porque há uma cláusula que determina que, para uma empresa estar apta à emissão desses títulos, seus ativos no Brasil não podem corresponder à metade – ou mais – do total, como é o caso da XP. Com sede local e tal peso no País, a empresa não pode ser tida como uma emissora gringa.
» Tem tempo. O conglomerado japonês Nippon Steel já se prepara para a indicação da presidência da Usiminas, na qual é sócio com cerca de 31% do capital votante. O “plano A”, se a escolha fosse hoje, seria Roberto Maia, que foi diretor executivo de Produção da Usina de Ipatinga, em Minas Gerais, e que hoje ocupa a Diretoria Corporativa de Pesquisa, Propriedade Intelectual e Padronização de Tecnologia da siderúrgica. A japonesa, porém, tem o direito de apontar o próximo presidente da Usiminas apenas em 2022.
» Escravos de Jó. A alternância de poder na empresa faz parte do acordo de acionistas fechado há pouco mais de um ano e que marcou o desfecho de uma longa briga societária entre Nippon e Ternium, que controlam a siderúrgica. A primeira a fazer a nomeação ao cargo foi a Ternium, que manteve Sergio Leite na presidência até 2022. À época, a Nippon indicou, por sua vez, o exElectrolux Ruy Hirschheimer como presidente do Conselho de Administração. Procurada, a Usiminas disse que não comenta “assuntos relativos aos seus acionistas”.
» Agora sim. Focado em dobrar sua base de clientes em 2020, o Next, banco digital do Bradesco, está avançando na oferta de serviços gratuitos. Além da conta e do cartão de crédito internacional, a instituição passou a oferecer transferências para outros bancos (DOC e TED) ilimitadas e sem custo, em um sinal de que entendeu o que impulsiona as fintechs, que cresceram com ofertas ágeis e gratuitas. Vale lembrar que o Next nasceu cobrando pela conta e depois recuou.
» Contra-ataque. O Next tem hoje 1,5 milhão de contas e quer bater 2 milhões neste ano. Até 2020, sua meta é dobrar a base, para 4 milhões. A depender de quando atingirá o feito, poderia despontar na liderança dos bancos digitais. Resta combinar com os rivais, o mineiro Inter, que já tem 3 milhões de clientes, e o Original, que está rumo a essa marca.
» De mal... a pior. O Brasil não tem vias bem pavimentadas para dar espaço à expansão econômica, aponta pesquisa da consultoria KPMG. No relatório “Indicadores de Promessa de Crescimento”, o Brasil ocupa a 76.ª posição no ranking entre 180 países. Dos Brics, o País, com 4,83 pontos no levantamento, só ficando à frente da Índia, com 4,40 pontos.
» Luz compartilhada. A Sun Mobi busca investidores para dar andamento ao seu negócio de geração solar compartilhada, baseado na construção de fazendas solares. A intenção é captar R$ 200 milhões, entre investimento direto e financiamentos, para viabilizar 60 megawatts-pico (MWp) até 2022.
» Novata. A Let’sFun, nova plataforma de streaming e concorrente do Netflix, estreia no Brasil no próximo dia 20. A meta da novata é ter 1,5 milhão de assinantes até dezembro. Um dos segmentos na mira é o público infantil, na esteira das novas regras de anúncios no YouTube. As mudanças preocupam influenciadores digitais brasileiros, que já cogitam novas empreitadas. A youtuber Paula Stephânia, com audiência junto ao público mirim, por exemplo, fechou contrato com a Let’sFun e estreia na plataforma em outubro.