Aras se comprometeu com pauta de evangélicos
Indicado por Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras foi o único candidato ao cargo a se comprometer com uma série de “valores cristãos” previstos em carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos. Entre eles estão manter símbolos religiosos em repartições públicas e preservar a família “heterossexual e monogâmica”.
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu irmão, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, por corrupção passiva continuada. Segundo o Ministério Público Federal, entre 2003 e 2015 Frei Chico, sindicalista com atuação no setor do petróleo, recebeu R$ 1.131.333,12 por meio de pagamento de uma “mesada”, que variou de R$ 3 mil a R$ 5 mil e era parte de um “pacote” de vantagens indevidas oferecidas a Lula, em troca de benefícios obtidos pela Odebrecht em contratos com o governo federal.
A Procuradoria afirma que, “como a Odebrecht participava do setor, e vinha tendo problemas com sindicatos, o então presidente da companhia, Emílio Odebrecht, buscou uma aproximação com Lula.
Também investigados, Emílio, o filho – o também ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht – e o ex-diretor da empresa Alexandrino de Salles Ramos Alencar foram denunciados por corrupção ativa continuada. Segundo o Ministério Público, os pagamentos ocultos “foram, inicialmente, autorizados por Emílio, e mantidos por decisão de Marcelo, mesmo com o término do mandato de Lula, em 2010”.
Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que a nova denúncia “repete as mesmas e descabidas acusações já apresentadas em outras ações penais contra o expresidente”. “Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer ‘pacote de vantagens indevidas’, tanto é que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente.”
As defesas da Odebrecht e dos demais citados não foram localizadas.