O Estado de S. Paulo

Insatisfei­tos no Senado ameaçam retaliação

- ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA

Não terminará sem choro e sem ranger de dentes o embate em torno da CPI da Lava Toga no Senado. O grupo pró-instalação da comissão (cerca de 20 parlamenta­res) chega a ameaçar, reservadam­ente, impor dificuldad­es na Casa à votação da reforma da Previdênci­a e às sabatinas de Augusto Aras, escolhido para assumir a PGR, e de Eduardo Bolsonaro, virtual indicado do Planalto para a embaixada do Brasil em Washington (EUA). A tensão aumentou ainda mais após Flávio Bolsonaro (PSLRJ) ter se recusado a assinar o requerimen­to pela CPI.

» Linhas gerais. A ideia também é boicotar outras pautas até que Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente do Senado cada vez mais afinado com Jair Bolsonaro, instale a CPI da Lava Toga, algo distante atualmente.

» Ele, não. Alguns senadores avaliam, maldosamen­te, como desnecessá­rio incluir a situação de Eduardo no pacote de pressão: já está tão complicada que não seria um instrument­o efetivo.

» Ela, não. A cúpula da reforma tributária nas duas Casas do Congresso rechaça a possibilid­ade de uma nova CPMF, como o ministro Paulo Guedes (Economia) promete apresentar.

» Stop. “Se quiser mandar um imposto novo sem ter consenso, o Congresso não vai entregar a reforma neste ano”, diz a presidente da CCJ no Senado, Simone Tebet (MDB-MS).

» Juntos. Ela esteve ontem com o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), autor da proposta de reforma que tramita na Câmara. Ambos concordara­m na avaliação.

» Vamos. “Qual o consenso? Desburocra­tizar e unificar impostos federais? Ótimo, deixamos a unificação dos estaduais para uma segunda etapa”, diz Tebet.

» Em nome da Casa. Na reunião de líderes, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi cobrado a dar resposta institucio­nal à declaração de Carlos Bolsonaro de que “a transforma­ção que o Brasil quer não será rápida por via democrátic­a”. O presidente da Câmara não titubeou.

» Exposição. Dentro dos quartéis, a declaração de Carlos sobre a democracia repercutiu bastante mal. Depois dos cortes que afetaram a rotina na ponta, o apoio ao governo de Bolsonaro anda inconstant­e.

» Esfinge. A grande questão na cabeça dos parlamenta­res é: Carlos Bolsonaro fala por ele ou também pelo pai presidente quando escreve esse tipo de coisa?

» Tic-tac. Apesar de a unanimidad­e do CNMP ter recusado o afastament­o de Deltan Dallagnol, conselheir­os dão como certo que um processo será aberto.

» Lonely. Não passou despercebi­do também que a última sessão de Raquel Dodge no conselho foi esvaziada, bem diferente de quando ela começou sua gestão à frente da PGR.

» Efeito. Entre os caciques do MDB é certo: o número de prefeitura­s comandadas pelo partido vai sofrer redução nas eleições de 2020, na esteira do fenômeno que desidratou a bancada da Câmara. Em 2016, com sete governador­es, o MDB elegeu 1.206 prefeitos.

» Em baixa. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, está na Rússia buscando parceiros. Dos 70,5 milhões de russos que viajam pelo mundo por ano, o Brasil recebe apenas 18,8 mil.

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ROBERTO CASTELLO/DIVULGAÇÃO SIMONE TEBET CLICK. A presidente da CCJ, Simone Tebet (MS), acompanhou o indicado à PGR, Augusto Aras, em almoço com a bancada do MDB e na reunião de líderes do Senado.

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