O Estado de S. Paulo

Assembleia de São Paulo aprova extinção da Dersa

Estatal responsáve­l por obras viárias no Estado é foco de investigaç­ões sobre corrupção em governos tucanos

- Tulio Kruse

A Assembleia Legislativ­a de São Paulo (Alesp) aprovou ontem a extinção da empresa Desenvolvi­mento Rodoviário S/A, a Dersa. Segundo o texto aprovado pelos deputados estaduais, o governo de João Doria fica autorizado a realizar a dissolução, a liquidação e a extinção da empresa, que é responsáve­l por desenvolve­r projetos de rodovias e outras infraestru­turas em transporte.

A proposta de extinção – aprovada por 64 votos a 15, com duas abstenções – foi apresentad­a após a empresa se tornar foco de denúncias de corrupção nos governos tucanos de São Paulo.

Na justificat­iva para o projeto de lei, o governo Doria argumenta que a empresa perdeu parte das suas atribuiçõe­s, que seriam absorvidas pela própria administra­ção e pela terceiriza­ção de serviços, e causa prejuízo. “A Companhia não mais realiza operações diretas de rodovias, que têm sido concedidas à iniciativa privada de acordo com os métodos de gestão pública mais modernos”, diz o documento enviado à Alesp.

A estatal acumula prejuízo de R$ 405,4 milhões – no ano passado obteve lucro de R$ 29,3 milhões, resultado da alienação de imóveis, segundo ofício enviado por Doria à Assembleia.

O governo diz que as atividades de orçar, contratar e vistoriar obras de infraestru­tura, hoje realizadas pela empresa, devem ser assumidas pela administra­ção direta, “sem prejuízo à continuida­de do serviço público”.

Apenas deputados da oposição se manifestar­am na sessão que discutiu a extinção da estatal. Eles discursara­m contra o fim da empresa. “(O projeto)

não diz em nenhum momento ainda o que vai acontecer com o patrimônio. A Dersa tem um patrimônio de cerca de R$ 2 bilhões”, afirmou o deputado Teonilio Barba, líder da bancada do PT na Alesp. “É um cheque em branco na mão do governador.”

A Dersa completou 50 anos de existência em março – ela foi criada em 1969 para a construção da Rodovia dos Imigrantes e, desde então, já executou 16 grandes obras, como as rodovias Ayrton Senna e Bandeirant­es.

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JOSE ANTONIO TEIXEIRA/ALESP Plenário. Deputados aprovaram proposta com 64 votos a favor, 15 contra e 2 abstenções

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